Mas, hoje, hoje não quero falar sobre isso.
Hoje, agora, quero falar sobre as rosas. Muito se fala delas, flores perfumadas e complexas, que se protegem com espinhos. A elas, todas, atribuem-se significados: amor, paixão, amizade, luto... E estão sempre presentes nos contos de fadas: a rosa que o comerciante levou para sua filha; a rosa selvagem em que foi disfarçada a Aurora... e tantas outras rosas, discretas ou não, foram retratadas.
Fazem-nos acreditar que devemos ser como as rosas: eternas, misteriosas, elegantes do botão à última pétala caída. E envoltas em espinhos para que nos protejamos do mundo externo, da perversão dos homens... e com eles também nos ferimos, porque quem há de nos proteger de nós mesmas?
Eu, nesse momento, sinto-me como uma rosa aprisionada, que é consolada. Mas tudo o que eu queria era que entendessem que ficar de pé é um ato de rebeldia. Que ser rosa não é o que define. Estou rosa.
Mas, um dia, ah, um dia, torço para me tornar minha verdadeira vocação: um desengonçado e alegre girassol, que pouco dura, mas sabe ser sol quando o dia se nubla.
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