domingo, 24 de novembro de 2024

Valor e necessidade

Existe uma ideia enraizada na nossa cultura de que alguém só tem valor enquanto ele é necessário em nossas vidas. Fulano faz isso, então é bom mantê-lo perto. Beltrano faz aquilo... e assim vamos vivendo nessa engenharia social em que mapeamos habilidades para manutenção de proximidade de ocasião.

Num segundo aspecto, isso faz com que muitos de nós tenham medo de deixar de ser necessário para alguém.

É uma ideia muito torta de que não somoa bons o suficiente para mantermos os outros por perto por nós mesmos, por sermos pessoas "gostáveis". Somos treinados a agradar aos outros para que sejamos "gostáveis". E para agradarmos muitas vezes nos submetemos a uma série de sacrifícios não exigidos para continuarmos sendo necessários na vida do outro.

E justamente porque muitas vezes esses sacrifícios nunca foram pedidos, os outros não dão valor, não percebem gentileza e muito menos demonstram um mínimo de gratidão ou consideração. Afinal, fizemos porque quisemos.

Somos criados para antecipar as necessidades alheias, mas isso não é uma tarefa.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

28.10.2024

"Adeus", disse sem dizer, com um aceno de cabeça.
Olhando-a partir, sentiu nada. Era nada.
Deixou-a seguir seu caminho, sem dor, sem apegos, sem retornos.

Aquilo que não lhe edificava não cabia no seu desconstruir.

Um passo para o lado

Faz tempo que não apareço aqui. Meus dias têm sido insanos, mas estamos lidando razoavelmente bem dentro do possível.

sábado, 7 de setembro de 2024

Um, dois elefantes

Hoje foi um dia pesado. Emocionalmente muito pesado.

Havia sido relativamente leve até 17 horas. Aí as coisas tomaram um rumo muito complicado. 

Meu irmão de coração está passando, há anos, por muitos e muitos problemas. E eu queria muito poder tirar os espinhos de cima dele para que ele pudesse se ver de verdade, mas infelizmente não é assim que funciona.

Não vou falar aqui o que se passa, porque são inúmeras questões de foro muito íntimo, mas eu só queria que ele soubesse que eu sei que ele será um pai fora de série, participativo, apoiador, louco, apaixonado, parceiro. E eu sei que será, independente de seu filho ser biologicamente seu ou de coração. E eu sei que um dia ele se sentirá assim completo. 

Eu sei que, no momento em que uma vida lá em cima for destinada a ele, ele e sua esposa (uma mulher mais do que incrível) serão capazes de quebrar uma sequência de traumas geracionais, que eles não irão reproduzir, porque eles são os melhores do mundo.

Eu sei que, um dia, eu os ouvirei chorando as pitangas da paternidade e da maternidade, exaustos, e vão passar por isso, e vão construir a família que eles não tiveram. Eu sei. Eu só sei. Não sei como ou quando, mas eles são good-parents-material, sabe? Ainda que se questionem, eles são soda limonada com xarope de framboesa.

Agora essa sonho parece quebrado ou estilhaçado, mas confiem: Ele será real. E vocês dois merecem ser felizes. Vocês todos são valiosos.

Enquanto esse meu amigo me falava, eu ouvi uma história de muita dor. Um dos melhores amigos da minha sobrinha, 10 anos, salvo engano, luta há 5 anos contra câncer. E foi vencendo todas as etapas. Ano passado, ele, filho único, perdeu o pai. Ataque cardíaco, fulminante. Ele continuou lutando, mas agora os médicos estão desacreditados. E, nesse momento, ele precisa de um milagre, de muita oração, de muita energia positiva. 

São histórias tão tristes e dolorosas, de pessoas que não merecem perder tudo.

Peço orações, fé, correntes positivas.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Quebra de expectativas

Ao som de um barulho muito estranho que a barca está fazendo, comecei a escrever as linhas que vêm tomando meu pensamento há muito. Tentei escrever no papel, mas acabei me sentindo com medo de que alguém lesse. E então coloco num post público, hehehe. Faz sentido? Não faz. Mas faz.

Faz um mês hoje que eu fui submetida a uma apendicite de emergência. Estava no meio de um furacão de péssimas ideias, com pensamentos sobre findar minha própria vida. Acho que eu nunca teria coragem, porque eu já vi as consequências de tentativas ao meu redor. Quem fica sofre. Quem parte dificilmente encontrará a paz a que almeja. Mas eu pensei sim, e li a respeito do processo, e de como a gente começa a planejar resolver as pendências antes de partir. Cheguei a imaginar o modus operandi. E comecei a traçar meus planos para resolução das questões que julgava pendentes.

Na quinta-feira anterior, eu senti um enorme vazio na cabeça. Era como se todos os meus pensamentos tivessem se esvaziado, consumidos a si próprios até a sua conclusão.

Na sexta-feira anterior, dia do início da inflamação, havia gritado com todas as letras que não aguentava mais e que queria morrer. E eu queria. Queria ficar doente e partir. Ainda não sei se meu corpo deflagrou a doença a partir da dor, ou se já era a doença falando por mim.

Naquela sexta-feira, muita coisa aconteceu.

Os dois dias seguintes seguiram como se nada estivesse acontecendo. No sábado, havia um sol gostoso como se abraçasse. Filhote brincou, tentei ensinar a pular no pula-pula, mas não quis, pela n-ésima vez. Tomei uma água de coco. O final de semana foi de paz. Não houve festa no terreno da discórdia. Foi só silêncio e paz. Senti vontade de comer batata frita do Outback, então pedimos costela, batata e cebola. Definitivamente, eram excelentes opções para quem estava com infecção no apêndice. Domingo correu em paz também. E eu tomei sorvete e comi as sobras da costela, com pipoca e coca cola.

De domingo para segunda, filhote ficou mal, por conta de gases. Na segunda, acordei com uma leve dor no lado esquerdo. Achei que foi por conta da posição em que dormi, no tatame, ao lado da cama de filhote. Depois, levamos para a escola. Filhote protestou loucamente porque não queria entrar na escola - era o dia de retorno das aulas -, e eu o carreguei como um saco de batatas, com mochila e tudo, escola a dentro.

Ao voltar para casa, de carona com marido, que seguiu para o presencial, senti a dor se ampliar. Pareciam gases. Muitos gases. Doía muito na parte mais alta da barriga, do lado esquerdo. Nunca pensaria que era apendicite.

Resumindo a história, porque ela é longa, fui para o hospital achando que eram gases e querendo o remédio que me davam no tempo do colégio, que era tiro e queda. Fui achando que tomaria um remédio, de repente estava fazendo tumografia e exame de sangue, de repente estava internando, de repente era cirurgia... e até então estava serena, porque era algo simples e cotidiano na medicina. Eu só sentia gratidão por ter tido alguns sinais não relacionados à apendicite que me fizeram ir ao hospital.

Então, a anestesista me falou sobre a anestesia geral e que eu sentiria incômodo porque seria intubada. Foi aí que senti medo. Medo de não acordar. Intubação me fez pensar na pandemia, e o pânico apareceu pela primeira vez. Eu queria acordar. Eu queria abraçar meu filho.

Foi aí que girou uma chave na minha cabeça, que o psiquiatra decifrou: não é que eu queira morrer, eu só estou querendo parar de sofrer.

Ainda no mês de agosto, tivemos a devolutiva da análise neuropsicológica, e foi o cenário que a gente temia, mas já esperava: altas habilidades + risco para TEA.

Ambos têm fatores hereditários.

E aí, a segunda chave começou a abrir na minha cabeça.

Eu sempre soube que era acima da média. Eu não estudava, apenas lia em voz alta os capítulos da escola para minha mãe, até a 4a série. Depois disso, eu passei a ser responsável pelas minhas notas. Eu não fazia dever de casa. Eu relacionava tudo o que eu aprendia, em conexões que só fazem sentido pra mim. Matemática não era um conjunto de fórmulas... eu as deduzia cada vez que fazia uma questão. 

Minha criação foi muito restritiva. Meus pais não tinham dinheiro para atividades extracurriculares. Eu tive condições de fazer curso de inglês - e isso pesava muito já. Mas minha mãe não queria que eu fizesse nada além de estudar. Era uma coisa meio sem sentido, quando olho hoje. Ela estimulava o desenvolvimento das minhas habilidades, mas sempre foi num sentido autodidata. Ela viu que eu aprendi a costurar olhando ela: ganhei uma máquina de costura aos 12 anos. Eu tocava músicas de ouvido com auxilio de revista aos 10 anos: ganhei um teclado caríssimo. Mas eu não podia fazer aulas, ou qualquer coisa que atrapalhasse meus estudos.

Namorar era uma das coisas proibidas: somente depois que eu entrasse na faculdade. E foi assim que eu achei erradamente que a faculdade me daria um salvo conduto.

Hoje é muito claro que meu erro foi não saber que poderia ter um trabalho e ser concursada com ensino médio. Meu tio, o único concurseiro da família, era um péssimo exemplar do indivíduo que estava eternamente fazendo prova... sem estudar.

Escolhi engenharia pela ideia errada. Queria estudar no IME, para ser militar. Engenharia foi consequência. Eu não tenho aptidões físicas, então era o único caminho que fazia sentido na minha cabeça. Eu teria um trabalho, garantido, e nas horas vagas seguiria com a minha vida.

Mas a faculdade foi muito cruel. Seja porque eu tinha 16 anos e zero maturidade quando entrei, seja porque deu sorte e entrei numa das turmas mais odiosas da minha vida (sério, que safra azeda a minha)... e a tão sonhada liberdade de agir também foi comprometida. O ápice foi minha mãe vetar a iniciação científica que eu tinha conseguido apesar do meu CR lamentável. Depois quem assumiu esse papel de vigilante foi meu irmão. 

Tive pouquíssimos amigos na pequena infância. Lembro somente dos episódios de bullying - eu me recordo deles a partir dos 5 anos, idade em que fui adiantada e mudei de turma. Tinha completa inaptidão física, coisa que minha mãe nunca ligou muito. E inaptidão física quando se é criança é porta para isolamento.

(Um parênteses: minha inaptidão física só virou objeto de interesse quando minha mãe descobriu que eu me afogava numa piscina infantil no colégio. Aí minhas férias do primeiro pro segundo ano do ensino médio foram acordando 4:30 da manhã para fazer natação longe às 6 da manhã. Resultado: piores férias da minha vida)

Ser a primeira aluna me definia. Era o que eu fazia para ser aceita pelo menos para os meus pais e professores.

Quando entrei no ensino médio e fui para o meu Colégio, um mundo se abriu. De repente, eu me vi inserida num universo com jornais de colégio, com grêmio estudantil, com concursos literários, com elocuçào e tantas outras atividades extras... Minha primeira tentativa foi o coral, mas com a insistência da minha mãe que eu não poderia diminuir minhas notas, nem chegar tarde em casa. Enfim, na primeira apresentação, tomamos esporro por 3 horas e, ao chegar em casa, mais esporro. Foi assim que eu desisti do coral e comecei a fazer todas as outras atividades escondida.

Vivi essa vida dupla por 3 anos. Fui intensamente feliz e dramática como toda adolescente. Não tive sorte no âmbito amoroso nos tempos de colégio.

Minha vida era boba e dramática, e complicada, mas era minha. Até a metade do terceiro ano, em que passei a ser cobrada como nunca. Eu não lido bem com cobranças. Eu preciso de autonomia, porque eu sou naturalmente a pessoa que mais me cobro no planeta. E quando me prensam na parede, minha resposta é o extremo oposto.

Na faculdade, comecei a me culpar pela maneira como levei me ensino médio, me botando de volta naquela bolha, mas eu fui ficando cada vez mais infeliz, porque eu não era uma boa aluna de engenharia. Eu odiava tudo aquilo. Eu me odiava também. 

Dei sorte de conhecer meu marido logo no início do curso e brinco que conhecê-lo (e a minha amiga J.) foram as únicas coisas boas daquele curso.

A gente se segurou para terminar.

Nas minhas crises da vida adulta, sempre eram disparadas pelo desejo de voltar ao meu coração dos tempos de colégio: livre, engajado, motivado.

Eu sei que não dá pra voltar no tempo. Também não culpo minha mãe pela forma que me criou. Ela fez o melhor que podia, especialmente diante de uma cadeia de traumas que foi a vida dela. Ela queria que eu tivesse independência financeira.

Só que hoje eu não consigo mais ser contida, sabe? Ser vigiada, ser pressionada. Finalmente entendi porque o meu marido foi a melhor pessoa pra mim: ele nunca me pressionou, ele sempre me deixou solta, e tudo o que diz respeito a nós sempre foi conversado.

Eu me sinto asfixiada às vezes.

Cara, eu resumi tanto, mas tanto os pensamentos aqui nesse texto, porque é muita coisa...

Com as avaliações e as condições de filhote, algumas memórias minhas começaram a ser desbloqueadas. Eu fico mal, porque estou revisitando pontos de dor que eu espero que filhote não precise passar.

Eu fui uma criança com altas habilidades também, tolhida, insegura, buscando aceitação o tempo todo e me sentindo inconveniente durante a vida inteira. Eu fui uma criança com altas habilidades que não desenvolveu 1/4 das minhas capacidades. Eu sou uma mulher de saúde mental frágil, que se pune por sair dos planejamentos, por pensar diferente, por ter um ponto de vista só meu.

Como parte do meu processo de cura, eu vou fazer minha propria avaliação, para ter um laudo, para ter um pedaço de papel que me liberte e que me faça parar de sentir obrigação de me desculpar com o mundo.

Somente depois disso, vou poder buscar o apoio mais indicado para mim.

Mas não vou ficar desamparada até lá.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Estamos a 0 dias sem surtar

 Estou devendo escrever aqui, porque houve uma avalanche de coisas acontecendo na minha vida. Mas eu vou voltar. Prometo.

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Dia 8 nº 5897

Para quem não entende a referência, eu tenho um número aleatório para usar quando quero dizer que já tentei muitas vezes. Ah, já foram 5893 vezes. Número específico? Sim. Ironicamente, resolvi entrar na dieta/reeducação alimentar/exercícios físicos pela 5893ª vez em 2021. Daí, toda vez que canto aquela musiquinha "teeeeeente outra veeeeeez", eu incremento um ponto.

Daí, sim, hoje é o dia 8 nº 5897.

Apesar do caos, este campo em específico está fluindo. Mas, por enquanto, somente porque eu consegui montar cardápio e lista de compras com antecedência. Se eu faço compras sem saber o que vou fazer ou usar, SEMPRE dá B.O., porque eu compro coisas que não uso, não compro o que preciso e, no final, boicote.

De alegrias, baixei 1,2kg desde o início da nova jornada, que foi parcialmente boicotada por viroses, cansaços, atendimentos bancários de 4 horas e desânimo. Mas, bebe a caneca de café e reage.

Eu ia postar terça, mas foi corrido demais. Não imaginava que quarta conseguiria ser pior. Mas cá estamos nós, nesta quinta-feira nublada, comemorando uma vitória parcial.

Hoje é meu dia presencial. Antes de sair de casa, encarei lavar dois maços de alface, lavar e picar 9 folhas de couve, montar minha salada e da babá (marido não encara saladas), e deixar mais ou menos encaminhado o roteiro do dia pro marido.

Hoje também é o terceiro dia da avaliação de filhote, então é mais um dia corrido e seguimos o baile.

Por sinal, ontem aconteceu algo curioso: eu dormi. Hahaha, eu dormi por 3 horas ao lado de filhote, enquanto tentava fazer a cria dormir. Acordei meia noite. Podia comer algo, mas preferi ir para a cama. Obviamente, não consegui dormir de novo, seja por coceiras (eu tenho coceiras estranhas por qualquer coisa), por falta de sono, sei lá. Quando deu uma da manhã, resolvi tomar um banho. Nessa hora filhote acordou de novo, mas foi só o pit stop e voltou a dormir. Aí sim, apaguei de vez.

Seguimos o baile.

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Dia 3 n° 5897

Hoje tinha reunião de manhã, então como precisava ficar acordada e as lesões da pele já secaram, tirei 50 minutos do dia para caminhar ao ar livre. Não arrisco ainda ir à academia, já que seria um ambiente fechado e com contato com equipamentos, etc.
Vamos ver se amanhã consigo andar um pouquinho mais.
Senti que esse tempo parada e o sobrepeso pesaram muito. Parei quando comecei a sentir dor, pois não queria forçar e acabar machucando. Melhor ir devagar e sempre.
Quanto às refeições, não registrei todas. O pão de queijo era do meu filho. Fiquei só com o mate sem açúcar. Não vejo a hora de resetar o paladar, porque tá osso o amargor.
De resto, seguimos o baile.

Ontem e hoje estava estressada porque deixei todas as atividades do módulo 1 da pós acumularem. Fiz todas as tarefas, menos a última. Por algum motivo, todo o material de apoio está indisponível, então literalmente tive de procurar os artigos possíveis. Foi tenso, mas foi.
Por razões de foro íntimo, eu me desiludi demais com a temática da pós, então não estava com forças para seguir. Mas como eu não tenho o $$ para pagar no caso da reprovação, voltei. Próximo módulo estarei mais disciplinada, até porque a motivação voltou em parte.

Amanhã espero retomar os estudos, que ficaram paralisados enquanto filhote e eu tivemos essa virose estranha.

Ontem me comprei um buquê de girassois e hoje comprei um vaso para colocar flores. Lamentável o fato de que eu, com quase 11 anos de casada, nunca tive um vaso. Não é o mais bonito de todos, mas atende.

De mais a mais, seguimos. Boa noite! Cruj cruj cruj, tchau!

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Pavor de montanha russa

Quando fiz minha primeira lista 101/1001, lá em 2006, um dos itens era justamente: andar numa montanha russa. Eu já tinha ido numa volta num parquinho tipo Playcenter no aniversário do meu amigo Fabber, em 2001 (tem tempo né?), com um loop, mas não contava porque eu achava que montanha russa tinha de ser algo mais sofisticado.

Gente, eu tenho pânico de altura. Vocês acham que seria um boa ideia ir a uma montanha russa?

Em 2015, eu fui na Euro Disney e encarei. O veredicto: eu tenho pavor de montanha russa.

E faz todo o sentido do mundo. Eu detesto os altos e baixos da vida como um todo. Eu detesto falta de previsibilidade. Eu detesto não ter controle sobre as coisas. Não a toa, minha primeira profissão foi o quê? A garota das asas, né?

Faz quase 1 mês que não posto. Não, não tô fazendo nada do Desafio de 90 dias da escola das escritoras. Não consigo me concentrar na pós. E estou aqui, postando no blog em vez de estar fazendo algo sério (ok, vou fazer algo sério e já volto).

Faz pouco mais de um mês que resolvi parar de decidir que preciso fazer as coisas e falar que vou fazer as coisas, para tentar efetivamente fazer as coisas, quietinha no meu canto.

Só que a montanha russa é uma titica, né?

Era para eu ter voado baixo na semana passada, mas filhote adoeceu e eu fiquei dois dias praticamente insones, e mal ainda depois. Hoje eu ia sair pra caminhar e arrumar umas coisas e capotei na cama, porque... a pereba de minha criança passou pra mim e estou com a mão esquerda possivelmente contaminante, além de dolorida. Felizmente, é leve. Mas, pensa num desânimo.

Ainda preciso largar tudo e fazer o bolo da criança que resolveu que não gosta mais de leite (a mamadeira foi uma experiência muito ruim enquanto o céu da boca estava machucado) e ele comeu um bolo inteiro de sábado pra hoje. E ainda estou aprendendo a lidar com isso.

Maaaaas, como tudo tem um lado positivo, faz 4 noites que ele dormiu. DORMIU. Estou emocionada. Fazia 3 anos e meio quase que eu não dormia. E agora vejo uma luz no final do túnel. E isso pode ser finalmente o que falta para conseguirmos o desfralde. Tenho fé.

Enfim, estou tentando ficar mais na minha, porque quando jogo meus planos pro vento, parece que estou sendo boicotada. Como se o Gabriel Agreste virasse pra mim segurando meu amok e dissesse "Nããããão!".

Apesar de tudo, estou relativamente bem com tudo. Um pouco frustrada, mas treinando a resiliência, que é o que resta mesmo.

Ainda, passei por uns pensamentos muito fortes sobre amizade. Quem me conhece sabe que eu tenho um problema muito sério com amigos. Eu os amo, e os afasto na mesma proporção. Parte de mim está entendendo o processo, e é bem egoísta, por sinal. Tenho medo.

Vou me afastando quando os nossos interesses mudam e eu não consigo me adaptar para fazer parte do mundo novo. Vou me afastando quando sinto que só conseguimos conversar sobre as coisas sérias ou as coisas do passado. Vou me afastando quando sinto que não sou importante o suficiente. Ao mesmo tempo, eu continuo circundando, porque não quero me afastar. E aí, cara, é uma dualidade tão complicada... Mas a maior parte dela só mora na minha cabeça.

Percebo que perdi muitos momentos importantes da vida de pessoas que eu admiro e de que gosto muito. Quando vejo em retrospecto, sempre penso que gostaria de ter estado ali, quando não estive. Entendo que o afastamento também é natural, mas, enfim, às vezes eu gostaria de conseguir fazer um esforço a mais. Só que quando faço esse esforço a mais, é  um esforço tão grande pra mim, que eu acabo ficando zangada com a situação. Ou seja, eu crio um problema na minha cabeça, eu tento resolver o problema na minha cabeça me forçando a fazer algo com o que não me sinto confortável e depois eu fico zangada com os outros por um problema que só existe no fantástico mundo de Clara.

Queria realmente ser clara para mim na hora em que vivo as coisas, e não ruminando depois. Mas, como digo sempre, meu nome não é Clara.

Tô precisando investir em alguns projetos solo. Tô precisando me encontrar, que nem o Ás de Copas. Mas também preciso parar de usar 40 horas por semana do meu telefone com rede social. Ok, dessas, 10 horas são lendo fanfic, rsrs. Preciso sair desse mundo virtual.

Preciso viver o mundo real também. Já falei mais de 500 mil vezes isso, mas preciso de gente, não de tela. Só não consigo ainda alinhar os planetas para conseguir encontrar com gente. Mas uma coisa de cada vez.

sábado, 18 de maio de 2024

4 estradas

4 estradas saem de Idrahala.
Uma ao norte, outra ao sul, uma ao leste, outra ao oeste.
A ilha octogonal.

90 dias

Dia 21, começa um projeto de 90 dias da Escola de Escritoras.
É um projeto em que, em tese, você conseguiria escrever o seu livro estagnado, se seguir os 90 dias de desafio.
Sou movida a desafios, então penso que pode me fazer bem, desde que eu não me cobre demais.
Estou com uma ideia específica para este projeto. Ao final, espero escrever um livro chamado "90 dias" (criativo? Hahaha).
Você quer acompanhar? Se sim, se você sabe o meu nome que não é Clara, entra em contato comigo, mencionando o post. Se você só me conhece por aqui, comenta com alguma forma de contato.
Em 90 dias, espero encontrar a chave que abre essa prisão. 

Dia -2

Alguns acontecimentos recentes balançaram meus shakras.

Mas, hoje, hoje não quero falar sobre isso.

Hoje, agora, quero falar sobre as rosas. Muito se fala delas, flores perfumadas e complexas, que se protegem com espinhos. A elas, todas, atribuem-se significados: amor, paixão, amizade, luto... E estão sempre presentes nos contos de fadas: a rosa que o comerciante levou para sua filha; a rosa selvagem em que foi disfarçada a Aurora... e tantas outras rosas, discretas ou não, foram retratadas.
Fazem-nos acreditar que devemos ser como as rosas: eternas, misteriosas, elegantes do botão à última pétala caída. E envoltas em espinhos para que nos protejamos do mundo externo, da perversão dos homens... e com eles também nos ferimos, porque quem há de nos proteger de nós mesmas?
Eu, nesse momento, sinto-me como uma rosa aprisionada, que é consolada. Mas tudo o que eu queria era que entendessem que ficar de pé é um ato de rebeldia. Que ser rosa não é o que define. Estou rosa.
Mas, um dia, ah, um dia, torço para me tornar minha verdadeira vocação: um desengonçado e alegre girassol, que pouco dura, mas sabe ser sol quando o dia se nubla.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Dia 4

Hoje está sendo um dia de montanha russa. Existe uma satisfação muito grande porque as coisas estão fluindo.
Existe uma sensação muito forte de que sou o pior tipo de amigo que alguém pode ter.
Não sei o que fazer para consertar as coisas.
Não sei se consigo consertar alguma coisa.
Às vezes eu sinto que só sei destruir os outros.
Eu não sou uma boa amiga. Ou melhor, eu não sei ser a amiga que os outros precisam.

Li umas paradas sodas hoje.

É, acho que equilíbrio é tudo mesmo. Sempre que um lado da vida melhora, outro degrada.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Dia 3

Estamos começando o terceiro dia.
3 dias com frutas.
3 dias de comida de verdade.
Espero conseguir.

Demonstrações de afeto

Cada pessoa tem uma maneira de demonstrar afeto. Algumas são mais físicas, com abraços, beijos e toques. Algumas são com presentes, mimos que traduzem "lembrei de você". Algumas são com palavras, faladas ou escritas. Algumas são com comidas, sobremesas ou principais. Algumas com preocupação. 
E cada pessoa tem uma expectativa de afeto diferente. Normalmente as pessoas físicas querem afetos físicos, e por aí vai.
Hoje me peguei pensando em como essas diferentes maneiras de demonstrar afeto acabam gerando conflitos, e a nossa incapacidade de se comunicar, notadamente nos dias atuais, acaba piorando e se tornando um problema.
Pessoas que não são físicas muitas vezes têm nervoso de serem tocadas. Pessoas que são mais artesanais se sentem desvalorizadas com coisas feitas em massa e sem zelo...
Meu pai, por exemplo, nunca foi uma pessoa de demonstrar afeto fisicamente ou com palavras. Ele demonstrava o afeto dele com cuidados, com mimos, com café de noite, com maçãs e copos de suco de uva.
Um dia eu havia preparado uma mega salada de almoço para mim, e pedi para ele guardar na geladeira do trabalho dele (eu estudava perto do trabalho dele). Ele ficou ocupado e quando era umas 15 ou 16 horas, ele voltou pra sala dele e me encontrou do lado de fora, porque eu havia esquecido a chave dele, e por isso não almocei. Ele abriu a porta, e na frente de outra pessoa me disse: "Você é burra, é?". Naquele dia eu chorei muito e respondi: "Eu cometi um erro, mas você não pode me chamar de burra na frente de alguém que nem conheço". Meu pai estava muito preocupado, e foi o jeito dele demonstrar isso. Hoje eu sei. Mas ele não sabia que eu era chamada de burra na faculdade várias vezes, e que me chamar de burra ali foi a pá de cal no meu emocional que já estava um caco. Ele não sabia porque a minha maneira de demonstrar afeto era resolvendo meus problemas sozinha.
Minha mãe não é uma pessoa física e nem de palavras. Eu acho que nunca ouvi ou vou ouvir um "eu te amo" da minha mãe. Ela, criada em escola de freiras, me dizia "amar, somente a Deus". Para ela, dizer que gosta de alguém já é muito difícil.
Eu sou uma pessoa que já fui mais física. Meus abraços eram constantes e intensos. Mas eram muito abertos, e eu fui me fechando com o tempo, com as feridas, com as decepções. Hoje eu abraço muito pouco. E, se eu abraçar alguém, é porque eu confio muito nessa pessoa. Nem sempre estou bem para abraçar. É muito, muito difícil pra mim. E olha que costumavam dizer que eu tinha um abraço muito bom...
Eu já fui mais física. Quando criança, gostava de beijar o rosto. Até que morei no exterior e acham essa prática tão comum na América Latina como algo grosso ou nojento. Eeeeeww, you're sooo nasty...
Então, somos moldados pelos nossos traumas e feridas.
Eu já fui mais expressiva, já fui muito romântica. Hoje, guardo essa energia quando estou inspirada para escrever contos.
Minha cabeça é aleatória. Minha linha de raciocínio é torta. Minha capacidade de argumentação é tudo, menos direta. É cheia de metáforas, silepses, hipérboles e caos. Ainda assim, como minha memória de elefante é relacional, faz sentido, mas só na minha cabeça. 
E eu convivo principalmente com pessoas literais. Minha mãe é literal. Meu marido é literal. Aparentemente filhote é literal. E pra mim é MUITO, MUITO difícil ser literal.
Então, veja, as minhas principais interações são difíceis, demandam energia e trabalho.
Você que leu até aqui percebe que eu ainda não cheguei ao ponto, né? Eu comecei com uma apresentação do tema, que foi até razoavelmente direta, depois exemplifiquei, depois reexemplifiquei, depois acrescentei um primeiro argumento para construir a primeira discussão.
Contexto, para mim, é muito necessário. E eu confesso que não gosto da maneira como proseamos hoje em dia, via mensagem de texto, porque faltam aquelas social cues que só pescamos enquanto observamos o interlocutor. Além disso, as conversas assíncronas são piores, porque elas são em momentos distintos.
Mas, voltando, estamos falando sobre afeto.
Meu pai nunca esqueceu uma data especial. Na véspera do aniversário de noivado, de casamento, do dia dos namorados ou do aniversário de minha mãe, ele olhava para mim e falava "Amanhã é dia de apanhar na bunda!", se ele esquecesse. Ele nunca esqueceu. Ele sempre comprou um buquê de rosas vermelhas. No último dia dos namorados, ele não conseguiu um buquê, então comprou 12 rosas individuais. Um rim. Ele não se importava. No último aniversário da minha mãe, eu impedi que ele comprasse, porque queria comprar uma rosa para cada ano de vida. Eu impedi que ele desse o último presente para ela, e isso me consomw às vezes.
Quando ele faleceu, eu prometi que manteria as flores. Tirando o período da pandemia, eu nunca deixei passar em branco, ainda que só me dê conta da data às 19 horas.
Meu pai me ensinou a demonstrar o afeto mostrando que se lembrou da gente.
Mas com facebook e afins, a gente foi se acostumando a não lembrar naturalmente dos dias. Eu perdi o hábito de mandar parabéns, mas me esforço. 
Minha mãe, por outro lado, demonstra afeto com comida. Ela faz o prato que a gente mais gosta, ou me liga quando fez algo que ela sabe que eu gosto.
Eu aprendi com ela a fazer um bolo de lembrança, um brigadeiro de panela quando as coisas estão ruins.
Mas como eu demonstro afeto?
Parei para pensar em como Eu, não Clara, demonstro afeto.
E me dei conta hoje que eu demonstro afeto resolvendo problemas. A minha vida pessoal e a profissional me levaram a um posicionamento muito prático (e não natural) da vida. Eu penso. E eu penso tanto que meu cérebro ta exausto. A carga mental de quem toma a frente de quase tudo é esgotante e invisível. Então, se na minha vida alguém pudesse me dar um presente, eu realmente queria que fosse uma solução. 
Por isso, minha maneira de demonstrar afeto é ouvir e tentar achar algo que possa fazer para diminuir a angústia. Então, eu vou achar aquela revista publicada em 1980 no Mercado Livre. Eu vou achar a peça de reposição do seu aparelho. Eu vou ajudar a contestar uma conta que veio errada. Eu vou passar os dados de contato do órgão público que é responsável para resolver algum dos seus problemas.
Essa é minha maneira de demonstração de afeto.
Então, quando filhote batia a cabeça na lateral da cama, eu construí uma barreira física de costura, por exemplo.
Eu vou demonstrar meu afeto fazendo uma festa surpresa para você, mas eu talvez não consiga ficar na sua festa, porque interagir com mais de 3 pessoas já me esgota.
Só que as pessoas têm expectativas diferentes. Você quer consolo, eu ofereço trabalho. Eu quero silêncio, você me oferece abraço. E isso vai gerando pequenos conflitos que se ampliam.
Com meu marido, que é literal e não interpreta linguagem corporal ou dicas sociais, faz anos que combinei uma tática que funciona muito bem entre a gente. Antes de começar a conversa, eu explico o que eu quero.
Exemplo: "Sobre aquele assunto, eu sei que não tem muita solução e eu vou ficar chateada, não é culpa sua, você não contribui para isso. Eu só quero organizar as ideias" e a gente conversa.
Com ele, preciso sempre explicar que não estou chateada com ele primeiro (a não ser que esteja, obviamente), porque isso já tira a ansiedade inata de achar que ele contribuiu. E, como eu disse, eu não consigo falar de maneira direta. Eu dou voltas e voltas e voltas até tangenciar a questão. Não é de propósito, é como meu cérebro funciona. Por isso e outras coisas, sexta-feira finalmente é minha consulta com a psiquiatra.
Hoje conversando com um dos meus melhores amigos, propus o mesmo mecanismo. Antes de começarmos qualquer conversa séria, explicar o que quer e o que não quer.
Justamente porque que não sou uma pessoa física. E eu sou uma pessoa que se frustra muito com impotência. Ouvir um relato de uma pessoa importante e não poder fazer nada pela pessoa me consome. Bate muito mal. Impotência é a principal causa de frustração pra mim. E eu reajo à frustração com violência. Não é saudável, eu NÃO sei agir de outra forma. Eu vou te chamar de burro porque você esqueceu a chave porque eu estou preocupada porque você não almoçou.
Estou fazendo terapia. Nem sempre acho que me ajuda. Mas quando eu me vejo diante dessas situações, algumas coisas estão ficando menos nebulosas para mim.
Então, veja bem, eu não vou prometer que não vou magoar você ou que não irei ser ríspida. Eu não sei, neste momento, agir diferente. Mas estou aberta a tentar aprender a lidar de forma diferente.
Eu nunca vou prometer algo que eu não vá me ferrar para cumprir (exceto quando prometi ao meu pai, no leito do hospital, que eu usaria chinelo em casa. Eu não consigo). Então quando eu prometo algo, é sempre como um fardo.
Quando eu marco algo, a ansiedade me atrapalha demais, as expectativas são altas e eu me frustro. E a minha frustração é ruim.
Eu não vou prometer melhorar, mas eu vou fazer o possível. Eu VOU errar. Eu vou pisar na bola, mas eu quero que você entenda que isso diz mais sobre mim do que sobre você. Não é pessoal. Eu não quero magoar e o problema não é você. Mas eu sou imatura. Estou trabalhando isso, mas não posso prometer que não irei repetir.
E também estou tentando me concientizar de que a rejeição fala muito mais sobre mim do que dos outros. Se eu me sinto rejeitada, não quer dizer que efetivamente fui, mas eu internalizei aquilo como uma rejeição. E quem tem o poder de mudar isso não é o outro, mas sim eu.
Compliquei né?
Se você precisa de um abraço, me diga bem alto e claro que você precisa de um abraço. Entenda que eu não vou fazer isso naturalmente, porque não é assim que eu reajo. Mas, se isso não for me agredir (porque há dias em que agir fisicamente, pra mim, é quase como um agressão), eu vou te dar o abraço. Mas seja claro.
Se você quer silêncio ou um boost de autoestima, me diga, porque eu não tenho filtro naturalmente.
Penso que, se cada um de nós for capaz de identificar o protocolo antes de começar a interação, a tendência é que o conflito e as violações sejam mínimos. Pense que, quando um computador manda uma mensagem para outro, a primeira parte da mensagem sempre indica o tipo de mensagem, para quem se destina, de onde partiu, e só então começam os comandos, por assim dizer.
E eu já nem lembro mais qual era o tópico central daqui.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Dia 2

Hoje é o dia 2 da nova fase. Consegui dormir feito uma pedra. Acho que ainda rola uma preguicinha agora, para terminar de energizar o corpo.
Estou bem.
Minha cabeça está em paz.
Ontem recebi um presente que quero guardar. Fazia muito tempo que não me sentia tão acolhida.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

86

Hoje é o início do fim.
86.
Repito.
Hoje é o primeiro dia da nova fase da vida.

Vamos sair do mundo 5-1 e entrar no 5-2.

4% de bateria

Descobri que meu carregador estragou. Não sei se compro outro. O certo seria comprar, mas não sei.
Sigo insolvente, mas vejo em julho um luz no final do túnel. É quando eu termino de pagar todas as parcelas remanescentes do cartão. Vocês sabem que eu sou pródiga e tenho problemas de comprar impulsivamente tudo. Estou tentando melhorar meus problemas de compulsão tentando descobrir os gatilhos que me levam à compulsão. Insônia de madrugada é um gatilho de compulsão sinistro, por exemplo.
Faz algum tempo que venho tentando melhorar meus processos. Tentando ainda refletir sobre a conversa de controle na sexta-feira, meu lado racional entende muito bem que não existe controle, que tudo muda. Mas pensar que tudo é caos comigo tem um efeito contrário. Ou eu vou me esgotar pensando em como vencer o caos, ou eu vou abraçar o caos e preferir a comodidade de ficar quieta.
Preciso confessar que eu sou um verdadeiro exemplo prático do princípio da inércia. Eu parada tendo a continuar parada. Eu em movimento tendo a continuar em movimento. Não gosto de ficar parada. Quanto mais parada, mais eu penso. Quanto mais penso, mais fantasmas. Quanto mais fantasmas, mais bloqueios. Quanto mais bloqueios, mais parada. E isso segue num ciclo vicioso.
Eu em movimento sou caos. Eu perco a linha do que é razoável para os outros, porque o movimento em si me traz muita satisfação. O movimento pra mim só é torturante quando envolve tomadas de decisões. 
Eu gosto de sobreviver. Viver, nem tanto. Prefiro reação à ação. Odeio tomar decisões. 
Esta semana, eu tive de pedir ao síndico para ver a questão do vazamento no meu quarto, que já voltou a ficar insalubre, e piora com o fato de ter de ficar muito tempo com a janela fechada.
Eu tinha delegado essa comunicação. E, bem, como boa parte das coisas que tento delegar, elas voltam para mim piores. Então, sim, perdoem a pessoa aqui que discursa tanto sobre delegar as coisas, porque eu entendo todas as problemáticas relacionadas com a delegação. 
Aparentemente, um dos apartamentos de cima não tem nenhum rejunte no banheiro. Estou torcendo muito para que seja só isso.
Amanhã sem falta preciso digitalizar a declaração de comparecimento na consulta do dia 19 e o pedido médico da ressonância da minha mãe porque não dá mais para enrolar. Preciso ver com o plano de saúde a autorização. 
Também estou vendo como vou ajeitar minha vida nos próximos 3 meses para ver como lidar com a inclusão de mais dias presenciais. Então amanhã também preciso ligar para a psicóloga infantil para ver a avaliação e então seguir com as terapias. E fazer tudo isso se acertar.
Também tenho 10 dias para acertar todas as pendências para a correição, mas acho que vai ficar tudo bem. Os piores casos acho que já foram.
Dito e feito isso, seguimos para os próximos planos. Amanhã devo trazer meu teclado da casa da minha mãe. Arranjei hoje o espaço na sala para isso. Quero ver se volto a tocar um pouco todo dia. Música é algo que me preenche. E quero deixar para filhote poder brincar também. 
Quero passar menos tempo online...
Quero construir coisas.
Quero parar de consumir.
Eu consumo muito, mas quero produzir.
Amanhã vai ser outro dia.
Abri seu presente, agradeço por ele, mas não vou ficar com ele.
Nem tudo o que taxam a gente a gente precisa aceitar. Tudo decorre de uma impressão errada que gera uma reação exaltada e depois escalona.
Eu não quero esse presente. Não preciso ficar com ele. Obrigada.



sábado, 4 de maio de 2024

Ficção e realidade

Sou uma pessoa imaginativa.
Tenho dificuldades em separar a ficção da realidade.
Ontem, marido resolveu ver a série de Fallout no Prime.
Conheço o jogo, pelo que o vi jogando no PS. Sei que não me faz bem.
O início do primeiro episódio não me deixou mal, mas a partir dos 20 minutos, comecei a entrar em pânico. 
Não consegui ver, mas também não conseguia me levantar para sair. Era muito ruim.
Hoje fiquei mal o dia inteiro. Somente há pouco entendi o motivo. Tenho muita dificuldade de separar ficção da realidade, então meio que meu cérebro entendeu que aquilo realmente aconteceu. E eu não estou bem. As cenas se repetem na minha cabeça.

sábado, 27 de abril de 2024

Sinusite, teletrabalho, dor lombar e saladas

Será que você consegue entender a correlação entre as 4 expressões que resumem meus últimos dias?

Estou muito congestionada. Desde quarta, não consigo manter a cabeça em pé no final do dia. Dói tudo. Até então, doía a garganta num ar condicionado mais forte. Quarta foi quando tampou tudo. E tampou de uma forma que não parecia ter secreção, até ter.

Doía muito a arcada superior, minhas narinas doíam do esforço para respirar (agora o nariz dói de tanto esfolar externamente), os seios da face, o fundo dos olhos.

E hoje de manhã dei um basta. Consegui um encaixe numa otorrino e fui. Maravilhosa ela, por sinal, adorei. Se deu ao trabalho de me explicar o motivo das perguntas, mostrou meu nariz por dentro por câmera (e eu descobri coisas bem legais, como um desvio de septo, que minha ascendência me leva a ter um nariz bem pequeno internamente, e que eu devo monitorar episódios de recorrência de congestão, porque a tendência é perder a umidade com a idade e eu passar a ter problemas respiratórios ao fazer determinados exercícios, por exemplo), conversou, explicou... e me ouviu. Então eu não preciso tomar antibióticos até domingo, somente se eu não melhorar até lá. E só com o corticóide já senti uma diferença imensa. Agora está tudo saindo (até demais) e acho que já perdi uns 300g de secreção - minha cabeça está até mais leve!

Desde sexta, há um burburinho sobre a questão de alterações de portaria de teletrabalho. Basicamente, porque alguns não fazem direito, todo mundo vai ter de pagar e vão aumentar a quantidade de dias presenciais. Para mim, aumentar 1 dia já vai ser bem ruim, mas dá para lidar, mas mais que isso significa conflitar com a agenda do meu marido, que tem dois dias presenciais. E aí, como faz? Como cuidar da cria? Como buscar na escola?

Enfim, é algo que me deixa furiosa.

Eu tento, eu juro que estou tentando muito arrumar a vida. Estou desde 2020 tentando realinhar a vida. Quando consigo caminhar pra um ponto de equilíbrio, alguma coisa desalinha todos os trabalhos e eu volto à estaca zero.

Estou bem cansada, pra falar a verdade.

Mas, sigamos. Não há outro jeito, embora eu queira muito passar um moedor de cana. O jeito que eu vejo é passar a usar o tempo inútil para escrever muito, produzir muito, estudar muito, e me libertar. Projeto limoeiro 2.0, espero que funcione.

Dessa vez.

O ódio é uma força motriz intensa, mas o medo, o pânico, o desespero me tornam indestrutível.

Justo esta semana que botei saladas no cardápio. Ontem fiz uma salada linda com alface, tomate, milho, cenoura e maçã.

E hoje fiz guacamole. Eu podia colocar alface no guacamole. Dei mole.

Tudo isso fez a minha dor lombar ser esquecida. A minha fada madrinha, minha fisioterapeuta do coração, salvou minhas costas!

Mas ainda estou carregando mais peso invisível do que deveria.


terça-feira, 23 de abril de 2024

Mariposas, autismo, TDAH e listas de compras

Hoje eu estava ansiosa porque meu chefe voltou de férias e eu precisava ajeitar as coisas pro retorno.
Mas eu também precisava entrar no eSocial para ver a estimativa do adiantamento de férias da babá do meu filho.
Mas o papo baixo astral em um dos meus grupos do trabalho era sobre a política de engessamento de teletrabalho do meu órgão.
E eu também tinha de cortar couve e lavar e picar repolho para filhote, porque o estoque estava baixo.
Também devia catar feijão, lavar uma parte e deixar de molho para amanhã cedo cozinhar.
Só que ontem a Amazon se adiantou e entregou os kits de organização que comprei para mexer no feriado.
E estou com uma infestação de mariposas destruidoras de comida, que estão se proliferando loucamente e ainda não achei os focos.
Mas então filhote teve uma madrugada difícil porque estava com o nariz muito congestionado, e também vazou a fralda.
E aí como tinha já dois lençóis para lavar e mais um travesseiro, precisava lavar roupa.
E como já ia lavar roupa da criança, aproveitei para lavar as meias compradas no sábado.
Para isso, precisava achar a sacola e cortar as etiquetas.
Só que como dormi muito mal, não consegui ter animo pra levar filhote na pracinha. Marido me ajudou. E eu fui rendê-lo depois de apagar e três sprays de salonpas spray vencido nas costas doloridas.
E depois de seguir o rito da volta com filhote pedindo para ver os números das casas e depois seguindo ao mercadinho, filhote colocou alho, abacate, manga e biscoito da vaquinha de coco na minha cesta.
E eu pensando em voltar ao low carb hoje.
Mas aí chegou em casa direto pro banho e a babá chegou logo depois, com filhote cheirando a erva doce.
Então sentei no computador e descobri que tinha ficado uma pendência pra resolver de sexta. Mandei email para ajeitar, mas como o chefe voltou ao exercício, preciso da anuência dele pra cumprir. E aí esqueci de concluir essa tarefa.
Então abri o eSocial e depois de digitar minha senha, esqueci aberta a aba.
Em outra aba paguei a conta do meu celular, que tá recebendo spam toda hora.
Então fiz outras tarefas do trabalho. Marido botou parte da comida de filhote para cozinhar, mas lembrei que faltava a abóbora. 
Tinha de acabar com o joelho de porco da semana passada e resolvi pegar o final do brócolis bom com o repolho verde para acompanharo joelho e o arroz com lentilhas do árabe. Cozinhei umas batatinhas que esqueci na cadeira.
Deixei os tomates e meu caqui de molho no hidroesteril, usando o meu pote com cesto novo da ou, da compra da Amazon que chegou ontem antes do previsto.
Pausa para dormir.
Acordei.
Não lembro onde estava e estou com preguiça de reler.
Mas aproveitei para ir lavando os potes que chegaram da Amazon também, um kit de 16 potes herméticos com trava de tamanhos variados. Lavei 12. Faltam 4. Limpei alguns tupperwares com coisas vencidas, como aquele whey que venceu em fevereiro, e as avelãs do Natal retrasado. Ainda falta o pote do chocolate em pó misterioso. Comecei a arrumar as coisas. Arranjei um lugar para as passas brancas do bolo do Rafa, coloquei os macarrões de letrinha e conchinha em potes, coloquei o penne verde em outro pote, e gotinhas de chocolate meio amargo da Sicao também... arrumei o açúcar mascavo que estava largado e só falta o pote de vidro secar pra guardar o espaguete. Achei um dos focos das mariposas: um pão de hamburguer de mais de 1 mês atrás. Também achei dois pacotes de batata palha vencidos, pela metade.
Tenho um real problema de as coisas sumirem da minha mente quando somem do meu campo de visão. É assim que a geladeira vira um cemitério de alimentos, alguns já higienizados e prontos para consumo. Pois é.
Desperdício atrás de desperdício.
Filhote almoçou, trabalhamos, consegui tirar as últimas rapas daquele joelho. Arrumei alguns defuntos da geladeira. Tirei a gaveta, limpei o caldinho fedorento de verduras que haviam virado água.
Tenho a impressão de que tive covid de novo em algum ponto de 2023. Somente isso explicaria meu péssimo olfato desde o ano passado. Mas pelo menos ainda sinto cheiro de urina e de fezes para trocar rápido as fraldas de filhote.
Enquanto a babá de filhote almoçava, brinquei com a criança. Tenho tentado fazer brincadeiras novas que o levem a ser criativo, a interagir com os brinquedos de uma maneira mais lúdica, que foi uma das coisas que a neuropediatra apontou na consulta que fizemos semana passada. Eu não havia reparado nisso, mas realmente filhote leva os brinquedos em grande literalidade. Brinquei de desenhar e pedi para ele contar histórias sobre os desenhos. Em determinado ponto, desenhei uma escada e perguntei: onde vai dar essa escada? Para cima. Excelente resposta literal.
Tenho pensado mais nesse tipo de dinâmica e tentado diversificar as brincadeiras. Escondo gatos de feltro pelo quarto e ele precisa achar e pedir ajuda a outros bonecos, como um palhaço ou um dragão, mas como conversa mesmo. Vamos ver.
Semana que vem vou começar a ligar para as profissionais indicadas para seguir nas psicoterapias.
Mais complicado é fazer isso em explicar aos outros, porque as pessoas ao redor não entendem ou vão fazer tempestade em copo d'água, ou vão se informar em vídeos sensacionalistas de Youtube... então para todos os fins, só digo que fomos a neuropediatra para ver os episódios de terror noturno de filhote.
Minutei uma portaria, ajustei alguns prazos de procedimento, e agora lembrei que preciso baixar de novo os processos disponibilizados para concluir aquele procedimento... ok. Trabalho. Não posso esquecer.
Fiz um bolo mesclado de verdade para o lanche da casa. Eu tenho pinimba com bolos mesclados, já mencionei aqui antes né?
Ficou bom.
Querem receita?
Depois almocei. É, um problema meu é que eu faço a comida de todos, mas quando termino, já fiquei tanto tempo afastada do trabalho que não como. Então almoço às 19:30.
Pois é.
O café que fiz tava uma delícia!
Hmmm... cansei. Mas não parei. Mamãe visitou (chamei pra comer bolo), filhote dormiu, lavei mais coisa, arrumei mais armário, joguei mais coisa vencida fora, seguimos.
Marido dormiu.
Fiquei fazendo lista de compras e agendando entregas de acordo com a disponibilidade da casa. Não posso esquecer do pavê de sexta-feira. Não posso.
Encomendei coisas.
Fui deitar. Não consegui dormir. Pensamentos não paravam. Comecei a digitar aqui e apaguei. Depois acordei com coceira. Tirei a roupa. Continuei com aquela coceira no meio das costas que ninguém alcança. Esqueci meus travesseiros no quarto de filhote.
Cobri minhas costas porque sempre sinto frio nas costas e acordo com dor.
Minha garganta tá um pouco melhor, arranhando menos.
Segue o baile.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Revolução Solar - 2024 e 2025

Resolvi fazer a minha revolução solar deste ano, para saber com o que estou lidando. Utilizo o site Personare para isso.

Essas são algumas das pérolas:

Você provavelmente sentirá um impulso positivo, uma fé norteadora que lhe impelirá a desbravar novas paisagens. Isto pode sugerir tanto viagens físicas quanto viagens da mente. O que importa é que, nestes próximos doze meses, a rotina se esfacelará, dando lugar a uma realidade mais colorida - vertiginosa, talvez - e ativa, em que as coisas acontecem.

Ok, posso lidar com isso.

Todavia, Clara, vale destacar aqui a necessidade de ir em busca de metas viáveis. Em anos sagitarianos, não é incomum que nos lancemos na direção de objetivos altos demais, ou até mesmo irrealistas.

Ouch.

Como este é um ano do Fogo, a prática de esportes é recomendada para que possa extravasar o excesso de energia vital. Seus próximos meses serão dinâmicos, e você provavelmente irá muito além das metas originalmente estabelecidas. Atente-se apenas para a necessidade de estabelecer limites, pois, em anos sagitarianos, corre-se o risco de passar do ponto de chegada. Isso, longe de ser algo bom, pode ser altamente perturbador, e dá às pessoas a sensação de que não podem confiar inteiramente em você.

Meowch.

Com o Sol anual na Casa 4, Clara, o seu processo de despertar da consciência envolve um mergulho profundo de alma, um excepcional ano para trabalho de análise e terapias, pois você se perceberá com sentimentos e anseios mais profundos do que o geral. Sentirá uma necessidade de afirmar-se em seu ambiente familiar, e de descobrir mais a respeito de si por intermédio do conhecimento de suas raízes.

Hmm...

É possível que sua alma neste ano seja tomada por um certo sentimento de frustração, uma certa sensação de "desvantagem" diante das outras pessoas. Você, Clara, neste ano simplesmente não consegue deixar de ver suas próprias falhas e limites, e na comparação sempre parece que está perdendo.  (...) A frustração tem seu lado bom: fará com que você se mova. Você finalmente fará alguma coisa a respeito das coisas que lhe incomodam. E, curiosamente, se se empenhar direito certamente chegará ao sucesso dentro daquilo que almeja - um sucesso suado e, por isso mesmo, muito mais válido. 

Ok, sofrer, mas conseguir.

Eu diria que o mais importante para este ano é que você cesse de estabelecer culpas e culpados - coisa que pode estar fazendo muitas vezes sem sequer perceber -, rompendo com o círculo de maniqueísmo vicioso ao qual se acostumou e que não serve para coisa alguma. Neste ano você finalmente aprende que é você, e tão somente você, quem atrasa seu próprio destino. E, por ironia, é justamente nestes próximos doze meses que você terá maior potencialidade de compreender o quanto o sucesso - em todas as suas acepções, que vão do dinheiro ao sentimento de felicidade - sempre esteve na ponta do seu nariz, esperando para ser abraçado.

Partiu escrever os livros kkkkkk.

Este é um ano que podemos chamar de "intensivo de amadurecimento" - é como se você vivesse uns três anos em apenas um! Pode ser um processo duro, sobretudo se você resistir à necessidade do amadurecimento, mas será necessário.

Chicote estala.

Você perceberá um aumento da sua habilidade para a conversação. Se outros pontos do mapa favorecerem, Clara, você poderá ser uma pessoa muito bem sucedida em qualquer atividade que exija o uso da comunicação e a relação com as pessoas. Seu espírito estará mais jovial, leve.

Será-se?

Cuidado com gente fútil, interesseira e fofoqueira. Olho aberto, Clara!

Hmmm... eu sou tapada.

Você, Clara, poderá muitas vezes ter a sensação de que sua privacidade foi invadida, ou mesmo não ter, de fato, seu espaço respeitado. Seja uma sensação ou um fato, o interessante de se observar é que a própria pessoa inicialmente abriu-se a tal "invasão". O lado-Lua diz: "Apareça aqui, venha quando quiser, pode usar, o que é meu é seu!"; então, subitamente, surge o lado-Marte irritadíssimo, bradando: "Não invada meu espaço, você está abusando de mim, tenha senso de limites, fora daqui!". Isso pode gerar confusão às pessoas ao seu redor.

O maior problema, todavia, não é esta irritação, mas o fato de você, Clara, estar transmitindo uma mensagem dúbia. Primeiramente parece ser condescendente, de personalidade aberta e disponível. Logo depois, vai para o polo oposto de irritação, porque acha que sua natureza foi "ocupada".

Ok, isso é do meu mapa da vida mesmo, não é só de 2024.

Em muitos casos, Clara, há uma tendência ao exagero alimentar, de gastos e outras formas de excessos, que podem prejudicar a vida financeira do indivíduo - ou mesmo levando a pessoa a engordar nestes meses vindouros. A consciência disso, todavia, pode melhorar a tendência.

Ok, vamos continuar gorda e pródiga. Mas, estou consciente da parte pródiga. Então, vamos tentar melhorar.

Urano dá uma qualidade elétrica ao seu campo emocional, Clara - por um lado, se as emoções são intensas e poderosas, por outro elas somem tão rapidamente quanto vieram. O comportamento emocional e social tende a ser instável, com constantes oscilações de humor. Neste ano você pode se dar a explosões súbitas. Há uma tendência a rompantes de temperamento. Você muitas vezes produzirá "faíscas", como se sua aura estivesse sempre nublada, soltando raios aqui e ali.

Tô repamgalejando.

Num sentido não tão positivo, cuidado com pequenos incidentes envolvendo meios de transporte em decorrência de pressa e impaciência, assim como brigas com parentes próximos e colegas de trabalho e faculdade por conta de uma certa "competição de quem está certo".

Não dirigir como eu dirijo normalmente (anotado!). Hm, não competir para ter razão (Ok!).

Com Saturno na Casa 4 de seu mapa de aniversário, Clara, é bastante provável que você venha a ter que enfrentar algumas situações difíceis em seu ambiente familiar. Algum sentimento de tristeza pode marcar a casa e sua presença será mais necessária do que nunca. A vida exigirá que você cuide mais de sua casa e de sua família este ano - e você o fará, mas não sem alguma chateação e sensação de esforço.

... Minha família é sempre meu calcanhar de Aquiles. Devo continuar?

Neste ano, Júpiter ativa o sexto setor do seu mapa de aniversário, sugerindo uma excelente oportunidade para você melhorar a sua relação com seu corpo, sua saúde, e também um bom momento para organizar melhor seu cotidiano, suas contas, suas questões rotineiras.

Hahahahaha (eu não quero mais obras)

E, por fim, uma vez que Mercúrio e Júpiter mantêm boa comunicação astral este ano, Clara, eu diria que você certamente irá fazer boas viagens e até mesmo se dedicar a algum tipo de curso ou estudo que lhe será de grande valia este ano!

Então eu devia mesmo ter me inscrito na pós?

Note, entretanto, que tal "ruptura" se dará por livre e espontânea vontade, ou por coação. Se você não caminhar voluntariamente para as devidas reformulações de hábitos de saúde e da sua rotina diária, terminará ficando doente, e a doença será um "choque" pra lhe acordar.

Meowch 3.

Mas há aqui o sentimento da necessidade de recolhimento, de cultivar uma vida familiar, de perceber a importância da harmonia doméstica.

Harmonia doméstica e doença não combinam.

De fato, muitas pessoas com esta posição plutoniana vivem situações de extremos em suas vidas materiais, podendo passar de situações de alta opulência para situações muito dificultosas, e vice-versa. De alguma forma, a vida estará lhe cobrando uma mudança radical de postura na sua forma de lidar com dinheiro, este ano. Atenção, portanto, para as oportunidades de mudança!

Ok ok, eu já entendi que sou pródiga.


terça-feira, 16 de abril de 2024

Terapia

Olá, meus caros leitores não-leitores de uma autora não-autora aleatória!

Hoje estou feliz. Depois de alguma turbulência, estou feliz. Estou mais em paz.

Amanhã será um grande dia. Teremos a entrega da minha dignidade acadêmica pela minha segunda graduação (e eu, por pouco, esqueci disso hahaha).

Estou horrorosa, fisicamente, e me entupindo com culpa de um Trakinas de Morango depois de um biscoito da vaquinha coberto com chocolate. Mas, hoje não é sobre meus quase 90kg. Amanhã pode voltar a ser sobre isso.

Hoje é sobre um pouco de alívio. Fomos à clínica geral e a probabilidade maior é que a massa encontrada seja apenas um cisto. Vamos fazer a ressonância completa, até para não ficar de olho só no órgão específico, e seguir.

Nestes últimos sete dias, eu senti muito medo. Sim, a Clara tem razão, eu sou uma pessoa muito muito medrosa. E me sinto culpada por tudo. Mas, enfim, vamos seguir em frente.

Meu último mês foi muito conturbado. Emocionalmente foi e continua sendo desgastante, porque ainda há coisas que precisam ser enfrentadas e ainda não foram (leia: vazamento de algum apartamento de cima). Na Páscoa, eu surtei. Fiquei muito mal. E nesse meu último episódio, meu marido me implorou para que eu procurasse ajuda.

E agora eu tenho uma terapeuta para chamar de minha. Não sei se vou conseguir evoluir, mas confesso que me ajuda ter alguém para falar sem me sentir um estorvo. Não costumo me abrir muito porque sempre me sinto um peso. Então, talvez, fato, ter alguém que profissionalmente faça isso... talvez isso me faça me sentir um pouco menos estorvo e ter coragem de trabalhar alguns sentimentos impossíveis de lidar.

Sexta será a segunda consulta de verdade. Sexta também finalmente é a consulta da neuropediatra de filhote. E agora faltam pouco mais de 20 dias para a consulta com a psiquiatra também.

Eu quero finalmente me entender. Não é que eu queira me colocar numa caixa apenas para ter um rótulo. Eu quero me entender, entender as lacunas que ninguém entende, sabe? Talvez com isso eu consiga também passar a me perdoar mais. Perdoar-me por ser estranha, não me sentir mal por ficar completamente esgotada com quase todas as interações sociais. Não me achar esquisita porque minha linha de raciocínio é tortíssima. Hmmmmmmmm... torta de limão ou de avelã com chocolate? Maluco, já pensou numa torta com um creme neutro e uma ganache de chocolate mentolado por cima? Não não não não... um creme de cappuccino com uma ganache de chocolate amargo e mentolado por cima? Fruta que caiu, isso deve ser do andar de baixo!!!! Ok. Torta.

Eu nunca gostei da ideia de normalidade. Normal pra mim é sem graça. Quando mais nova, eu adotava uma postura de ser extravagante porque quem gostasse realmente de mim ia andar comigo mesmo eu sendo... aleatória? Mas, isso era um pouco de uma facade. ... Hmmm, acho que isso é papo pra outro momento.

Estou escrevendo aqui porque ando muito sumida. E peço desculpas porque eu JURO que pensei em escrever, mas também estou ultra mega sem tempo. Preciso também organizar os pensamentos. Na verdade, eu postei uns dois posts aqui que não estão disponíveis: um porque reverti em rascunho porque era MUITO pessoal, mas eu precisava desabafar; outro porque o blogger perdeu tudo o que digitei.

Que seja... Semana que vem eu vou fazer um pavê de pêssego.

Amanhã eu recebo meu diploma bonitinho.

Ah, em maio eu começo uma pós.

Eu havia mencionado que eu queria fazer uma pós? Não. Eu havia colocado nas minhas 101/1001 metas uma pós? Não. Eu resolvi tirar do orifício anal e me inscrever numa pós do trabalho? Sim. Yey!

Lá vamos nós.

sábado, 30 de março de 2024

intoxicação 2.0

Intoxicação pelo almoço de hj q eu fiz.
A culpa é minha.
Estamos empolados, quentes. Eu com piriri coando café já. Marido ainda precisando soltar.
Pedi mais enterogermina na farmácia e seguimos

domingo, 24 de março de 2024

sábado, 23 de março de 2024

10 fatos sobre mim - 8 verdades e 2 mentiras

Adoro essas trendings, ainda que antigas e revisitadas, então resolvi postar aqui porque seria inapropriado colocar no meu Instagram de verdade.

1. Tenho pânico de altura, de água (piscina/praia), de zumbis, de dois caras numa moto e de ambulantes em vias expressas.
2. Adoro perfumes e águas de perfume adocicadas e marcantes. Meus favoritos são o Angel de Thierry Mugler e o Chloé.
3. Minha cor favorita já foi amarelo.
4. Não sei o que realmente quero fazer da vida.
5. Estou sempre atrasada e minha maior dificuldade é sair de casa.
6. Meu café da manhã dos sonhos inclui um café amargo ou latte sem açúcar e com um leve toque de menta, ovos, uma fatia de melão e uma vitamina de frutas.
7. Sinto muito sono ao dirigir, então preciso ouvir música ou conversar. Às vezes, canto balançando a cabeça. Quase sempre xingo muito. Sempre com o vidro fechado.
8. Estaciono muito melhor de ré do que de frente.
9. Apesar de conhecer a parábola do filho pródigo, eu só fui entender o que é ser pródigo depois que cursei Civil 1, em 2016/2.
10. Um dos meus sonhos de infância era ser a voz do Galeão.

E aí? O que é verdade e o que é mentira?

quinta-feira, 21 de março de 2024

What do I know?

Hoje de manhã, senti muita vontade de escrever - e tinha a ideia de fazê-lo ao chegar ao trabalho. Mas, não, o Google não me autorizou a acessar minha própria conta para atualizar meu próprio blog sem que eu estivesse com meu telefone por perto (a audácia!). E, assim, o pensamento se perdeu.
Não era mentira.
Ou melhor, era. Mas era uma incoerência bem no estilo do poeta fingidor, que finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.
O ano foi 1998. Meu primeiro contato com Pessoa foi na primeira VC de Literatura. Assim, direto na prova, de uma matéria que eu já amava, com uma professora que eu amava mais ainda, mas, por ironia do destino (e por total falta de imaturidade), em cuja primeira VI dos meus áureos tempos de Colégio não havia me saído bem. Uma nota 4. Nunca havia tirado menos do que 5,8 na minha vida até então, e, de repente, aquele 4. A audácia daquele 4 me incomodou por muito tempo, mas Física me fez acostumar-me com avaliações ruins.
Pois bem, foi na primeira VC de Literatura que o encontrei. E, confesso, naquela primeira troca de versos com Fernando, descobri minha identidade. Uma mentirosa nata que traduzia textos sofridos com a tristeza falsificada que mascarava a dor que ninguém via escondida. Pessoa me acolheu como ninguém havia feito. E, aparentemente, minha professora se encantou com minha resposta a ponto de tê-la lido em todas as suas turmas, inclusive na turma daquele que viria a causar a primeira grande dor escondida num poema perdido. Mas isso é prosa para outro momento.
Assim como o Nando, o Beto, o Rick e o Alvinho, fragmentei-me em pedacinhos compactos, obviamente desprovidos do talento da minha fonte de inspiração. Assim como o Nando, continuei e continuo sentindo a dor que finjo sentir.

Dito isso, acho que posso começar a rascunhar o pensamento que pousou na consciência nesta manhã. 

Marina olhou para o álbum de fotografias com um sorriso leve no canto dos lábios. Havia naquela pesada resma um sentimento leve que destoava dos grilhões que muitas vezes acorrentavam suas memórias. Pegou uma caneta e decidiu escrever a frase que brotou ao pé de seu ouvido: todo mundo merece um amor fofo que lhe faça bem.
Os romances da infância sempre traziam um cavaleiro predestinado a salvar as donzelas de suas próprias maldições. Príncipes que as beijariam sem consentimento e as levariam para uma vida de rainha, sem nunca terem trocado uma palavra. Era para ser.
Talvez por buscar uma paixão idealizada e sem sentido, a bússola do coração de Marina sempre apontou para caçambas de entulho, em vez de pessoas de verdade. E talvez por isso Marina nunca havia se dado valor até o dia em que conheceu seu amor fofo.
O primeiro amor fofo dificilmente será recíproco e, ainda mais raramente, será para sempre. No entanto, eterno é o bem que traz apaixonar-se por alguém que vale a pena amar.
Todo mundo merece um amor fofo que lhe faça bem, que lhe complete sem o(a) concluir.
Aquele rapaz escondido dentre tantos outros rostos da foto era seu amor fofo, e talvez ele nunca viesse a saber disso, ou talvez até desconfiasse, ou porventura até tivesse certeza, mas como ser fofo que era, nunca dividiu com ela suas desconfianças.
Lembrou-se das tardes de conversas aleatórias, matemáticas em prosa e poemas biológicos, em meio a cifras de uma melodia que não era tocada em nenhum violão. Naquela época, Marina era versos com algum ritmo e muitas silepses.
Hoje Marina sorri quase verborrágica enquanto revive os enigmas que achava deixar no ar. Lembrou-se então dos toques de dedos, sempre incidentais, mas que a arrepiavam como se alta corrente atravessasse seu corpo e conduzisse a energia que brotava da diferença de tensões, enquanto as intenções dela eram desintencionadas, porque um amor fofo de verdade é platônico como o amor de irmãos, e muitas vezes só se revelava quando revisitado com o olhar da maturidade.
Aquele sorriso discreto, meio de lado, encabulado, de mãos dadas a outra pessoa - que obviamente não era Marina -, aqueles braços envolventes que aquecia até mesmo a alma gelada de quem não tinha amor próprio, aquela voz engraçada que lhe fazia cócegas nos olhos... tudo naquela pessoa a tornava irremediavelmente fofa.
Sentiu a garganta coçar numa gargalhada boba, como se fosse uma criança de três anos subindo na cama sem permissão.
Esse amor fofo de Marina foi quem a fez entender que ela também tinha valor e que merecia achar alguém que a visse além de olhá-la.
Onde estaria o rapaz de quem não lembrava o nome? Seria ele hoje um pai de família? Teria encontrado seu amor concreto e duradouro? Torcia para que sim, embora nada soubesse daquele que fora tão importante para ela.
Imaginou se já não teriam se esbarrado numa estação de metrô ou num ponto de ônibus, se não teriam trabalhado no mesmo prédio em algum momento... por onde andaria?
Mas não conseguiria encontrá-lo por mais que procurasse, já que seu nome havia se dissipado como as cores desbotadas de uma fotografia que ficara muito tempo exposta ao sol. Torcia então para que ele se lembrasse dela e fosse ao seu encontro, e que ele recordasse que seu nome não era Marina, mas sim Clara.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Meu nome não é Clara e eu sou pródiga

Meu nome não é Clara, eu sou pródiga.
Esta é minha primeira transmissão após me assumir publicamente como pródiga, mas a C. já havia assim me chamado (zoando, mas com um fundo de verdade) em razão da minha incontinência financeira.
Eu sou pródiga.
Estou em insolvência (pessoas naturais não falem. Falência é só para pessoas jurídicas).
E eu não sei o que estou fazendo.

Dito isso, conversemos sobre sexta-feira passada, quando fui mediadora de um evento no trabalho sobre investimentos e educação financeira. Mediadora ficta, apenas um corpo presente com discurso parcialmente decorado, sentindo-me completamente fora dos eixos.
Foi um evento sensacional, e uma das frases que mais me marcou era sobre a questão de como a educação financeira é uma excelente herança que podemos deixar para nossos filhos. Meus pais se sacrificaram muito, a ponto de não se permitirem diversões para constituirem seus patrimônios e investirem em nós.
Mas eu vivo uma situação de segurança muito melhor que meus pais e talvez justamente por isso eu seja pródiga. Até consigo me comprometer com metas de curto prazo, mas jamais com o horizonte.
Daí tocou-me muito a questão sobre como é importante o autoconhecimento e o mapeamento dos gastos, sobre como planejar e reservar parcelas... e, no meu caso, sobre como não cair na armadilha de comprar por impulso e presentear por impulso.
E isso também está muito dentro da linha do TDAH que estou buscando investigar, porque sempre leio sobre como uma pessoa com TDAH compra muito por impulso, gasta fortunas com seus hiperfocos que mal se sustentam por um mês e precisam sempre agradar aos outros, sempre comprando presentes e lembranças... Não é que eu deva parar de reparar nas necessidades alheias ou fazer agrados, mas como mapeá-los dentro de um limite saudável.
Hoje entregaram aqui em casa a caixa de ovos de encaixe que vi para filhote, que não gosta de chocolate. Então, a ideia seria espalhar esses ovos que se abrem ao meio e se encaixam como formas geométricas para que filhote se divirta seguindo as pegadas de coelhinhos. O lance é: eu vi, gostei, pesquisei em mais de um lugar, analisei preços, fretes e prazos de entregas até ver a opção que melhor me entenderia. Mas o lance mesmo é que eu não lembro do momento em que comprei. Pois é. Quando dei por mim, entregaram aqui. Mas, sim, eu com certeza comprei, mas foi um processo que minha mente abstraiu completamente.

Pausa porque comecei a postar isso ontem à noite e acabei capotando.

Tanta coisa...

Estava devendo um post aqui, porque deixei tudo muito aberto.

Sobre a viagem

Fomos e foi simplesmente maravilhoso. Eu não tinha ideia de como um banho de sal grosso (diluído na água do mar, hahaha) faria bem para meu coração. Nossa, lavou tudo, limpou tudo e, mesmo tudo meio zoado, deu mais do que certo. A viagem foi ótima e até que pegamos pouco trânsito.

Filhote amou a praia, divertiu-se muito. Brincou com água e muita areia. Com certeza temos areia no ouvido dessa criança agora. Tinha areia até o fiofó. Mas assim é bom, assim é ser criança né?

Desde que voltamos da viagem, toda segunda ele quer voltar à praia.

A mãe também tem sentido vontade e é por isso que nós vamos dar um jeito de repetir essa viagem até o final do ano, evitando as altas temporadas.

Sobre fazer 40 anos

Completei meus quarenta anos com estilo. Minhas amigas que dividiram o nosso querido gab do amor e da gula (e, agora, dos filhos) foram almoçar comigo. E também nesse dia doei sangue e comecei a cumprir um dos itens da minha lista 101/1001 daqui.

O almoço foi incrível e o papo foi melhor ainda. Saudades das minhas meninas do coração. É tão bom ver que, depois de tanto tempo, ainda somos nós, sabe? Nós, mulheres lindas, cheias de vida, profissionais exemplares, agora mães. Mas nós. Sinto muita falta dos nossos almoços, dos nossos papos hilários, das superações dos perrengues (perrengue ninguém gosta né?). Espero que possamos nos ver mais vezes. Também vou mandar esse trechinho daqui pra elas, porque eu amo demais essas gurias.

O almoço ainda rendeu um momento singular que endossou a piada de eu ser um kit festas ambulante. No restaurante, rolava um browniezinho para os aniversariantes - e eu, cujo olho tem proporções escandalosamente impróprias - fiz minha carinha de gato de botas do Shrek, pedindo o mimo. Todos seguiam com aquela vela tipo estrelinha, mas, justamente na minha vez, acabou. Então eu lembrei que na saída do local de doação de sangue, eu havia comprado um par de velas para formar a minha idade, porque, depois que temos filhotes, o bolo e o parabéns deixam de ser nossos e passam a ser totalmente deles, né? E lá se foi um brownie com duas velas formando o número 40, de forma totalmente desproporcional, mas ainda assim perfeito.

Mas, sério, quem anda com um par de velas de aniversário numa microbolsa?

Continuando, na lista de desapegos da nova escola do meu filho, pediram indicação de bolo de aniversário. E foi assim que parei no instagram de uma moça e encontrei O MEU BOLO de aniversário: massa com sabor de limão siciliano, com recheio de limão siciliano e geleia de frutas vermelhas, numa cobertura simples em buttercream. Pois é? Perfeito, não? Encomendei o bolo pequeno e fui ser feliz. Filhote amou cantar parabéns pra mim. E eu fiz o que havia proposto: comemorei meu níver só com um bolinho em casa e chamei umas pizzas para minhas visitas (pessoas que amo demais)

Ainda rolou Mansions of Madness (um bônus)!

Rolou ainda um almoço gostoso no domingo comemorando o aniversário da minha cunhada e meu na minha sogra. E, por fim, semana passada levei um bolinho (caseirinho, mas com cara de chique) no meu irmão, onde encerramos as comemorações de 2024. Sem festas, só aproveitando as melhores companhias do mundo!

Sobre abrir portas para novas oportunidades

Elas apareceram. Só não vou falar nada por aqui porque preciso ainda que elas se concretizem.

Sobre otite e emergência hospitalar de filhote

Tivemos. Mas foi tranquilo.

Mesmo que eu não estivesse tranquila, eu agradeci a Deus por estar ali apenas por uma otite, ao ver o desespero de uma mãe levando uma criança com uma bolsa com cartelas de remédios que a criança (pouco maior que filhote) havia ingerido. Esse é um perrengue que agradeço muito por não passar.

Sobre tentar fazer mais aulas de pilates

Fica infinitamente mais motivante quando temos amigos no mesmo horário, né?

Sobre consertar o carro

O problema era no regulador de pressão da bomba de gasolina.

Sobre educação financeira........... é, isso vai ganhar um post próprio. E vocês entenderão.

Por fim, hoje aproveitei para fazer duas coisas: atualizar o andamento da minha lista 101/1001 em andamento e dar um salto de fé. Veremos o que sai disso.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Viagem

Após a interrupção da programação anterior, vamos aos updates.
Esta semana eu chorei bagarai e não chorei ao mesmo tempo. Eu digo que a melhor coisa do mundo é conseguir chorar. Se você consegue chorar, parabéns. Eu não consigo mais.
Enfim, voltando. Eu me arrependi tanto de arrumar a parede do meu quarto. Eu torcia tanto para que a infiltração fosse somente minha porque aí a gente encarava tudo e resolvia e acabava, e saber que vou depender dos outros já me deixa muito para baixo.
Mas whatever. Merda frita, coloca queijo em cima e come.
Tudo fica melhor com queijo.
Saudades de reuniões regadas a minas temperado...
Whatever
Saudades dos nachos do finado Chef's Play. Saudades do crepe...
Ok...

Não sei mais se vamos viajar hoje ou não. Filhote pegou um resfriado ontem e tá corizando bastante. Fiquei do lado dele acompanhando para ver se tinha febre ou não, mas pelo menos hoje ele está dormindo muuuuito melhor do que ontem. Então, já é um alívio.
Preparamos tudo para a alimentação de Filhote na viagem. Talvez consigamos ir. Talvez não. Se não formos agora, vou querer ir depois.
Para coroar tudo, minha menstruação desceu antes do tempo e ainda veio com cólica. Eu raramente sinto cólicas. Viu? Só a ideia da Clara entrar no mar já desestabiliza o mundo. Já sai reportagem sobre infestação de escorpião em Búzios. Hahaha. São sinais de que não devo ir?
Mas eu preciso de um banho de sal grosso natural!
Enfim, pelo menos os maiôs chegaram.
Tive de sair ontem na emergência pra comprar tinta porque esqueci de comprar. Esqueci também de ver o rejunte. Esqueci também de fazer tanta coisa... mas pelo menos lembrei de levar meu sapato no sapateiro do lado da loja de tinta.
Eu e minhas novelas com sapatos. Não compro mais nada da usaflex.
Filhote tá gemendo. Vou voltar pro quarto. Depois continuo. Espero até lá saber se a viagem se concretizou ou não. 

Você já pensou em viver hoje?

Completando o último post, porque na verdade meu post de ontem ficou incompleto.

Meu post de ontem foi um descarrego.

Às vezes, eu me pergunto muito sobre como seria a minha vida sem mim, sobre como me tirar da equação. Houve alguns momentos em que eu realmente tive vontade de dar cabo. Em 2000, no meu terceiro ano, que acho que foi o primeiro ano realmente ruim para mim - e sem ter ninguém com quem desabafar ou conversar sobre na época. Em 2005, quando estava me aproximando da reta final de uma graduação que odiava e me sentia pior do que o cocô do mosquito que picou o cavalo... se bem que quando eu penso em mosquito hoje, e depois de ter lido uma matéria sobre como os mosquitos são animais muito letais em razão de todas as doenças que transmite (dengue, malária, zika, chikungunya e sabe-se lá mais quais...)... e em 2010. Em 2010, eu me sentia muito muito muito culpada. Entrei numa espiral louca. Revivi as últimas conversas com meu pai, pensando em todas as vezes que eu devia ter prestado mais atenção nele, que eu devia ter sido pró-ativa e perguntado mais... tudo isso enquanto eu via minha mãe tendo os mesmos questionamentos, e eu tentando passar uma imagem fria de que ela não devia pensar nisso, sendo que eu também só pensava nisso... véi, tanta coisa que eu falo pra fora completamente diferente do que eu penso por dentro... quantas vezes eu ñ dirigi torcendo para que houvesse um rompimento da barra de direção e eu vivesse a minha própria Tamburello?! Óbvio que eu queria que fosse sempre por um acidente, por algo externo, porque não queria que ninguém questionasse as coisas que eu estava questionando naquele momento.
Mas, não, eu nunca vou encerrar com a minha própria vida. Isso eu prometi lá atrás quando eu prometi que nunca levaria um problema para minha mãe, depois de ter visto quanta culpa ela carregou por tantos anos sozinha sem precisar. Ela nunca me pediu isso, foi minha escolha. Mas isso fez com que eu entubasse todos os meus sentimentos negativos e lidasse com eles sozinha, ruminando.
Eu tinha um diário da Polianna, somente das coisas boas. Eu só externava as coisas boas enquanto deixava meus fantasmas interiores me dominando.
Isso nunca me ajudou.
Com o tempo, com os blogs - e nada mais delicioso do que o suposto anonimato público da internet -, eu comecei a expulsar meus demônios. Meus blogs secretos são válvulas de escape para que os fantasmas não precisem ser enterrados e eu os viva até que estejam prontos para ir embora. E, depois, quem sabe passados 10 anos, eu os revisite e fique feliz em saber que eles se foram.
O post de ontem era um monólogo, sobre a importância de extravazar, de botar o lixo para fora de casa em vez de ser um acumulador, numa metáfora bem prática. Se você não dá um jeito de tirar o lixo de você, chega uma hora em que você fica asfixiado. Você precisa botar o lixo pra fora e você deve fazer isso. Se você não quer ser um peso para ninguém, você tem de ter confiança em botar o lixo para fora. O ideal é que você o faça com um profissional. Quando você dá nome e trabalha com seu lixo, você recicla, você deixa a energia fluir, até ir embora. Nesse ponto, até a ilha sujimon é um exemplo lindo de como a gente precisa aprender a lidar com nosso lixo interior.
Você não precisa ser um Ichiban. Ninguém espera que você o seja. Ninguém (exceto talvez um filho) espera que você seja um paladino, um mártir, um herói. Então, tira a armadura, tira o seu excesso de peso.
Se você tem medo do que vai externar, tenho um blog secreto, fale cifrado, mas fale, mas tenha coragem de assumir até o seu pior pensamento. Porque quando você canaliza esses pensamentos em palavras ou image s ou qualquer coisa do gênero, você reorganiza suas emoções. E isso, isso sim faz toda a diferença.
Ninguém desabafa pedindo solução pra própria vida. A gente desabafa pra diminuir o monte de lixo dentro da gente, até a gente conseguir organizar o lixo e reaproveitar o que dá.
Agora saindo da mensagem criptografada aqui, vou continuar meu desabafo de terça. 
Estou batendo pino. Eu não consigo mais. Estou batendo pino. Cheguei àquele ponto em que cada segundo acordado da minha vida está tomado. E sob essa óptica, eu vejo todos os pratinhos girando devagar nos palitos, prestes a cair.
Estou avisando que estou batendo pino. Estou demonstrando que estou batendo pino. Falhas sucessivas em casa, falhas sucessivas no trabalho, falhas sucessivas com meu filho, falhas, falhas, falhas. Eu estou mandando SOS mas não é da maneira que pensam. Estou avisando que estou pifando. Eu preciso dividir as tarefas, principalmente a carga mental, porque eu preciso focar no prato que sustenta todos os meus pratinhos: meu eu. O fato de eu me sentir péssima comigo não é para que venham me dizer que estou ótima do jeito que estou ou que é o efeito da grande angular. O segredo da distorção da grande angular é que ela distorce apenas quem está nas pontas. Quem está no meio das fotos não tem distorção quase nenhuma. Aquela é minha imagem. Minha autopercepção foi sendo desligada nos últimos anos porque sempre foquei nos outros. E esquecia de mim. Mas se eu não focar no meu pratão, no casco da tartaruga gigante que é a base do Discworld, todo o mundo que depende de mim vai desabar (obviamente, vai desabar somente até ele se reestruturar, porque a vida continua mesmo sem a gente).
Então eu preciso me sentir insatisfeita e infeliz comigo, porque é a insatisfação que move a gente. Tudo tem um limite, até chegar naquela gota que faz tudo transbordar e tira você de um ciclo vicioso de permanência no lixo.
Os ciclos de construção só se sustentam se houver ciclos de destruição para acompanhar.
O lance da minha exaustão é que justamente eu não estou tendo tempo para me organizar. Estou engolindo o lixo, ocasionalmente botando o lixo pra fora, mas estou chegando naquele ponto em que preciso respirar e organizar o lixo, porque meu porta malas está lotado. Eu tenho um apartamento de 110 metros quadrados cheio de lixo empilhado, mas não consigo sentar e classificar o lixo pra reciclagem porque toda hora acontece uma obra de contenção emergencial do apartamento, e nisso o lixo fica se acumulando.
E é isso. Quando eu vejo, eu já estou com tudo zoado de novo.
A frustração é grande porque eu reorganizei minha planilha para conseguir achar um tempo diário para mim e é esse tempo diário que estou abdicando para lidar com as emergências, porque meu custo de funcionamento já está altíssimo.
Hoje conversei com meu marido sobre a delegação de tarefas. Hoje ele divide muita carga comigo, especialmente se comparado a 8 anos atrás, mas a vida da gente exponeciou de um jeito que isso só está fazendo cócegas. Mas como podemos delegar mais? Como podemos otimizar os processos?
Sabe o que faz falta? O Bonde. O que faz falta é fazer coisas para nós mesmos sem ser uma obra de engenharia cada interação. Eu pedi um final de semana no mês como família. Largar tudo no estado em que se encontra para tirarmos um tempo para sermos só nós.
Precisamos viver.
Você já pensou em viver hoje?

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Você já quis morrer hoje?

A pergunta pode ser estranha, mas é recorrente na minha cabeça. Faz muitos anos que ela me visita. Como seria morrer? Pra que viver se vamos morrer depois de tudo? Por quê? Qual a necessidade disso?

Daí vem uma cobrança interna de deixar a marca no mundo, de fazer a diferença, de ser alguém especial... a nossa geração cresceu acreditando que tinha potencial para fazer a diferença no mundo. E quando a gente cresce com a ideia de que pode tudo, a gente cai do cavalo assim, de frente, de cara, sem ninguém ter ensinado a cair.

Não sei se é verdade, porque nunca resolvi questionar, mas dizem que a primeira aula de equitação é aprender a cair do cavalo. Mas a gente não aprende a cair na vida.

Tem aqueles cuja vida já dá tanta porrada desde sempre que a pessoa nem consegue pensar: ela só reage, ela só sobrevive. Viver, para ela, é exatamente isso. É matar um leão por mim, vender o almoço para comprar a janta. Eles não entendem as nossas questões, porque somos apenas criaturas mimadas e sem limites.

Eu sou mimada. Minha vida foi fácil. Eu sou estável. E tenho muitas e muitas angústias.

Nesse momento, estou tendo um burnout foda. Eu queria tirar fucking férias da minha vida por uma semana, só pra respirar. Mas não posso. Eu só posso resistir e tentar ficar de pé.

Tudo está nas minhas costas. Tudo. E eu não consigo mais carregar. Eu não suporto mais. Eu tô quebrada, eu tô arrasada, eu me sinto só, mas não quero ver mais ninguém, porque eu não tenho energia para lidar com mais nada. Eu quero morrer, eu quero me explodir, porque eu sei que se eu morrer o mundo vai continuar e o que eu faço ou vai deixar de ser feito, ou vai ser feito por outra pessoa. 

Mas faz sentido querer acabar com a própria vida só porque você não aguenta lidar mais com tarefas que você pode delegar? Faz?

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

fazer ou não fazer tacos?

Eis a questão 

Editted: fizemos os tacos. Só não fiz o guacamole. Não foi o taco perfeito, mas foi o taco que deu, e isso já foi bom para caralho.

Aipim

Pois é. Daí a pessoa "normal" levanta do colchão (meu quarto está interditado né?) e vai limpar o aipim para congelar meia noite e quarenta e volta pro colchão 50 minutos depois.
Lindo.
Eu estava esperando os vendedores de aipim passarem na rua há quase 1 mês. Não podia perder né?
Foi bom. Deu certo.
Aí resolvi parar de postar e dormir. Mas cheguei perto de filhote e resolvi dar um cheiro. Ah, bebezão tem cheirinho tão bom!
Comentei:
- Boa noite, meu amor! Você tem um cheirinho tão bom!
E filhote levantou o bumbum (dormindo) e flatulou no meu rosto. Delícia. (contém 50% de ironia)

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã


Acho que essa figurinha me representa taaaanto esta semana, porque...

Vejamos.
Quinta passada, resolvi buscar resolver um dos meus gatilhos de ansiedade, que é a infiltração que seria do meu banheiro para meu quarto. Seria perfeito. Daria dor de cabeça, mas resolveria. Então agendei a visita do moço da reforma para segunda. Porque nada combina mais com férias do que... obras, certo?
Só que isso me deu uma p crise. Bateu aquela bad que não sei explicar. Quinta e sexta da semana passada, eu simplesmente não existi. Eu só tinha vontade de me encolher num canto e perecer.
Domingo foi o surto de tentar organizar minha vida, faxinar, resolver problemas, uma energia... uma sensação de mania por estar. 3 noites dormindo entre 2 e 3 horas por noite. 
No meio do surto de faxina, que acabou com as minhas digitais pela n-ésima vez, consegui a proeza de quebrar o regador que uso para limpar o banheiro e que ajudava filhote a aceitar a ideia de tomar banho. Bateu aquele desespero. Nesse momento, tentando tirar o sabã do brindex, eu escorreguei, ralei a sola do pé e bati o braço. Por muita sorte, bati o braço e o tronco no azulejo em vez de no brindex (estou escrevendo blindex com "r" de propósito), porque poderia ter me machucado sério se tivesse sido no vidro. Então falei com o marido: vamos trocar sapoha aqui também por acrílico, porque eu tenho medo.
Ok. Atualizando: na segunda, verificamos que, de fato, meu chuveiro soltou um cadinho de água, mas foi só um tequinho mesmo. Botamos o prolongador, tudo ok. Então hoje fomos explorar a parede e descobrimos que o problema vem de cima. E eu, como boa milennial que sou, entrei em pânico só de pensar em ter de cobrar a resolução do vazamento dos vizinhos. Ainda descobri que as duas paredes do corredor estão descascando pelo mesmo motivo e que provavelmente eu estou com um cenário muito feio escondido no rebaixamento de gesso do banheiro. O problema é que só podemos abrir esse gesso quando o banheiro do brindex estiver já com acrílico porque tenho um menino atentado no banho. Ok. Resolveremos. Com sorte amanhã o pessoal vem aqui tirar as medidas... o soda vai ser falar com os vizinhos e tentar descobrir de onde é.
Eu tô arrasada.
Mas não é só isso. Estou de férias por uma semana para poder acompanhar a adaptação de filhote na escola nova. Estou? Descobri ontem que não. Deu alguma zica com minha marcação de férias e eu tive de dar meus pulos para achar uma solução. Resultado: perdi um dos meus dias de abono arduamente conquistados pelos menos trabalhos em comissão. Mas por sorte meu chefe deferiu o pedido atualizado e estou oficialmente de férias. A minha sorte sortíssima foi que minha amiga foi tratar meu ponto e foi me perguntar sobre as férias. Isso me salvou muito! Mas obviamente eu soube no meio do caos. Importante que deu certo.
Ok. Por isso eu digo: ontem (segunda) foi um dia que os errados deram certo no fim. Mas hoje (terça) foi um dia de provação e quase nada deu certo.
Mas estamos vivos. Isso que importa.
Eu tô me sentindo muito mal, muito muito mal desde quinta passada. Tenho vontade de sumir, de me enterrar em um buraco e nunca sair. Tenho mandado sos, mas ninguém tá captando. Mas tudo bem. Eu entendo. Todo mundo tem seus problemas, ñ é privilégio meu. Por isso eu ñ posso demandar nada de ninguém. Só que isso tava me matando por dentro.
Semana que vem é meu níver. 4.0. Que inverno... ñ a idade. Defeco pra questão da idade, mas acho que estou num dos piores momentos da minha vida, insatisfeita com tudo, com minha imagem (nossa, como eu me sinto péssima com isso), com minha falta de resolução, com tudo. Eu me sinto péssima, mas queria ajeitar as coisas e tentar sair do buraco. Foi assim que tive o rompante de domingo. Mas só de pensar em MAIS UMA POHA DE UMA OBRA DO BARALHO, sabe? Estou sem parar nesse ritmo.
Em julho de 2023, a situação da vizinhança se tornou insustentável. Começamos um projeto de trocas de janelas por antirruídos e fechamento de buracos de ar e instalação de splits e refazimento das paredes das janelas, etc etc. O processo todo morando aquu, com uma criança de 2 anos, trabalhando... foi Flórida. Ainda queríamos terminar tudo antes de começar o verão. 
Daí termina a obra e começa a primeira etapa de verificação do problema de pressão da minha mãe, e que eu preciso retomar os exames dela, mas n consigo encaixar mais aqui na agenda, especialmente porque os exames que faltam não fazem no meu bairro. Mas pelo menos depois do mapa 24 horas e da conclusão do tratamento de infecção urinária, conseguimos controlar a pressão. Mas ainda há exames pendentes. Também há outros problemas a serem resolvidos, como a decisão sobre a infiltração no joelho.
Em janeiro, eu ia retomar esses acompanhamentos quando caí numa intoxicação alimentar que me fez desmaiar vomitada no trabalho. Que cena linda! Em meio a tudo isso, o sistema de energia do meu bairro colapsou e passamos por períodos de apagão. Nesse momento, meu freezer pifou e ainda tinha o aniversário de filhote.
Ódio. Quatro meses ininterruptos de obras para não poder usufruir da paz proporcionada pelo meu ar condicionado na casa blindada...
Enfim, eu nem tenho como continuar a descrever.
Vou contar o que salvou meu dia: meu aniversário "surpresa". Por muita sorte, minhas melhores amigas do trabalho, meu trio amorzinho favorito, nosso grupo de Amor, Gula e Filhos, decidiram me consultar sobre meu aniversário e combinamos de comemorar com um almoço de aniversário como nos velhos e muito saudosos tempos. Faz 4 anos que não trabalhamos mais juntas, mas sinto taaaaanta falta de sermos nós três tipo Meninas Superpoderosas do Gab, sabe? E elas me consultarem e não fazerem nada surpresa me deixou feliz demais! Eu ñ gosto de nada surpresa, para mim me dá muita agonia e pressão. Então foi o momento de luz no meu dia.
Hoje eu queria fugir, queria sair pra tomar uma soda italiana (o refresco mesmo, não o eufemismo de um certo palavrão) ou um café coado bom... eu queria mto ver a vida, mas mal saí de casa. Ai baralho, esqueci de guardar o aipim. Já volto.


domingo, 18 de fevereiro de 2024

Eu tenho TDAH?

Dormi muito mal esta noite. Decidi que não ia cochilar e fui seguir o dia. Primeiro passo seria botar a colcha pra bater (estender no terraço para ver se seca antes da chuva), e depois fazer o café da manhã do meu marido e meu. Filhote já comia pão de queijo.
Peguei o frango desfiado na geladeira e fiz duas pastas. Uma pro marido com frango, cebolinha e creme de ricota light. Uma pra mim com frango, salsinha, cottage (vence amanhã) e azeitona. Daí botei o pão 100% integral sem aditivos na airfryer pra torrar, fiz meu ovo, fiz os ovos com bacon do marido e faltava meu leite.
Joguei o leite estragado da geladeira fora e vi que tem 3 coisas para jogar fora amanhã (porque eu só jogo na véspera de noite de dia que passa lixeiro pra não vazar a lixeira do prédio). Levantei, esqueci de guardar o cottage. Esqueci de ligar a airfryer. Fui pegar a caixa de leite nova. Tirei parte da roupa do varal. Separei as camisas de filhote que não cabem nele numa gaveta para liberar cabides pros uniformes que comprei sexta. Voltei porque precisava do leite. Peguei o ímã de geladeira com lista de compras que comprei semana retrasada e estava largada no chão da área. Limpei os blocos de anotação da geladeira e fiz parte da lista de compras, e escrevi o check list da viagem. Olhei para a pia. Ah, pegar o leite.
Vou aproveitar e limpar a Nespresso. Deu pau. Liga, desliga, liga, limpo a nespresso. Ah. Preciso do leite. Vou ao escritório (onde tá o leite) e chequei os refis de sabonete da criança. Voltei e peguei os saquinhos de roupa para preparar a máquina seguinte. Ah. O leite.
Peguei o leite, esquentei no microondas. Guardei o cottage. Tirei o leite do microondas. Abri o microondas de novo só para ver que a caneca já estava na pia esperando. Espumei o leite. 
Fiz o café, peguei o pão carbonizado na airfryer (usar menos que 6 minutos na próxima vez), coloquei a pasta, botei detergente na frigideira, vim comer. Tirei foto pra postar no app de contage de calorias.
Comi o pão, comi o ovo. Esqueci do leite.
É isso. Agora vou tomar.

Angústia

Passei o Carnaval me entupindo de doces. Três picolés e um pote de sorvete por dia, fora os ifoods. Bateram várias bads de ansiedade e noites mal dormidas.

Nesse momento eu estou decidindo se fico no quarto com a janela aberta fresquinha ao som do baile funk ou se fecho tudo e fico no abafado. Na verdade, provavelmente será a 3a opção: ir pro quarto de filhote porque meus travesseiros já estão lá me esperando.

A noite de hoje foi péssima. 

Segunda começa a recuperação da parede do meu quarto. Estou com uma infiltração muito provavelmente da instalação do meu chuveiro (que fui eu quem instalou *emoji do palhaço*), mas porque o joelho ficou muito pra dentro e possivelmente está minando por ali. Tem outro fator também, sobre como abrem totalmente o registro do chuveiro sem nenhuma necessidade, mas ñ tenho controle sobre isso. Então vamos ver se o prolongador resolve e vamos descascar a parede do quarto. O lado bom: era provavelmente a parede mais feia da casa, justamente porque ficou cheia de ondulações e eu sempre ficava irritada quando olhava para ela. Vamos pensar que agora vai melhorar, mas juro que não aguento mais poeira, dinheiro voando, etc etc.

Ando muito impaciente, principalmente com filhote, e isso me deixa triste. Molecote vira o taz mania com sono e nunca se entrega, então é muito difícil. Mas preciso melhorar. Penso que se eu dormir um pouco mais ja vai ajudar. O Flórida é que meu ciclo cardiano (?) está completamente zoado. Enfim, são 2:40 da manhã e eu já deveria estar dormingo. Whatever.

Daí hoje eu reinstalei com app Me+. É um app de organização de rotina, que eu já tinha pagado a assinatura anual por impulso ano passado. Eu sou muito impulsiva quando se trata de dinheiro, o que é uma verdadeira titica pra mim. Enfim, vamos ver se dessa vez funciona. O importante é que eu já suspendi o pagamento da assinatura.

Vamos lá. Espero que amanhã (hoje) seja um novo dia. Mas é muito difícil ter a minha audição. Estou ouvindo num fone uma música de meditação do meu app de fitness e a batida do funk tá explodindo a minha cabeça. Cara, é muito muito difícil ser assim. Eu não gosto.

O bom é que o remédio da minha "micose" está secando. Eu não gosto de deitar no quarto de filhote com ele ainda "molhado", entende? Tenho medo de passar o remédio pra pele dele sem querer.

Eu vou ao banheiro assim que terminar essa sequência e depois vou iniciar outra dessa música calmante ou de som de chuva, mas aí com a tela do celular desligada para ver se vai.

Estou me sentindo horrorosa e engordei ainda mais. Meu maiô não cabe em mim e vamos para a praia este final de semana pro aniversário da minha sobrinha. Daí eu acabei cumprindo parte da minha meta aqui, que foi comprar um maiô bonito. Comprei mais de 1, na verdade, um do meu tamanho atual e um menor, porque eu quero usar esse lindo menor, que não tinha do meu tamanho atual.

Estou vendo o local para colocar filhote na natação, indicação de uma amiga, e lá tb tem hidro. Acho que vai dar bom pra mim mexer com água. Veremos o preço. 

A melodia atual passou. Vou começar a segunda meditação, mas dessa vez para meditar mesmo, com a tela desligada, pra relaxar e dormir. Normalmente eu capoto e vira uma sessão de relaxamento muito longa pro app, então hoje decidi fazer em duas etapas. Uma para registrar e acalmar. A outra para efetivamente dormir.

Boa noite, mundo. Amanhã conversaremos mais.