Como ia descer perto, tratei de ir ao final do ônibus. Fiquei na porta. Quando fui descer, pela primeira vez, olhei para baixo. Havia ali no canto da porta, presa nas "ferragens", uma cebola.
Era uma cebola comum, com casca em tom de ocre alaranjado. Restava ali esquecida, juntando poeira, coletando sujeira. Há quanto tempo estava ali? Quem a deixara cair? Como fora parar ali?
Teria sido uma sacola de compras arrebentada? Ou teria corrido de uma bolsa superlotada, achando que encontraria a liberdade? O que acontecera? Quem nela pensava?
Fiquei ali nos breve quarenta segundos encarando a cebola, bem redondinha, charmosa e já querendo nascer.
Quantas vezes não somos nós mesmos cebolas largadas num canto?
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