Às vezes, as dificuldades que são postas em nossa
frente nos faz duvidar sobre o poder de nossas escolhas. Sentimo-nos fragilizados diante
da suposta falta de opções. Esquecemo-nos que o poder de uma mente que acredita
é infinito.
Pois bem, por
mais limitado que seja o nosso cenário, há sempre, no mínimo, duas opções.
Mesmo no caminho estreito e sem desvios, pode-se ir em frente ou ficar parado.
E, não se podendo voltar, o tempo não nos permite sermos excluídos de nossas
decisões.
Temos o poder
incomensurável de decidir se continuamos ou permanecemos. Se choramos sobre o que
foi quebrado, ou se nos esforçamos para que nada mais caia de nossas mãos. Se
nos definimos pela nossa dor, ou se nos levamos até nossos limites pela
superação. E, mesmo diante do que parece imutável, se aceitamos com serenidade
e resignação, ou se relutamos. Se desperdiçamos nossa energia no que não
mudamos, ou se mudamos nós mesmos para encontrarmos outros caminhos, outras
pessoas, outros destinos.
Escolhemos se
somos vítimas de nossos medos ou se somos donos de nossa fortuna; se somos
prisioneiros de nossos vícios ou se seguimos em busca de nossa felicidade. E
mesmo da felicidade, se ela é a chave que liberta ou a algema que nos
acorrenta. Porque somos nós aptos a escolher nossos pontos de vista.
Podemos
engrandecer nosso infortúnio e menosprezar os outros e o que sentem, ou
buscarmos o aprendizado de minimizar os problemas para crescermos como seres
humanos. Podemos remoer e reabrir as nossas feridas, ou usarmos o perdão como
bálsamo, para permitir que se cicatrizem. Podemos apenas chorar pedidos de
desculpa, ou sermos maduros para aprendermos com nossos equívocos, entendendo o
sentido de se arrepender.
Tanto poder,
tantas escolhas – e tantas responsabilidades atreladas a nossas decisões. E são
caminhos que cabe apenas a cada um de nós designar. Não podemos nos eximir de nossos
julgamentos, nem jogar nossa responsabilidade sobre os outros. Porque cabe a
somente nós mesmos escolhermos entre viver o presente e almejar a um futuro que
talvez não chegue; apreciar um botão de rosa, ou só nos darmos conta de sua
existência quando a flor perde suas pétalas; levantarmos de manhã em busca de
fazermos a diferença na nossa vida, ou esperarmos que um herói de capa os faça
por nós; termos gratidão pelo que conquistamos e pelo que a vida nos traz, ou
esperarmos por uma perfeição que não existe...
E, mais
importante que sabermos que somos capazes de construir nossas opções, é termos
a consciência de que não existe um único caminho certo. Não havendo, portanto,
uma única resposta, que nós saibamos achar o equilíbrio e a coerência nas
nossas decisões: que seguremos as rédeas de nossa sorte, mas, ainda assim,
saibamos que a vida nos surpreende de vez em quando. E, diante dessas
surpresas, cabe a nós escolhermos de que forma elas irão nos afetar.
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