quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Você já quis morrer hoje?

A pergunta pode ser estranha, mas é recorrente na minha cabeça. Faz muitos anos que ela me visita. Como seria morrer? Pra que viver se vamos morrer depois de tudo? Por quê? Qual a necessidade disso?

Daí vem uma cobrança interna de deixar a marca no mundo, de fazer a diferença, de ser alguém especial... a nossa geração cresceu acreditando que tinha potencial para fazer a diferença no mundo. E quando a gente cresce com a ideia de que pode tudo, a gente cai do cavalo assim, de frente, de cara, sem ninguém ter ensinado a cair.

Não sei se é verdade, porque nunca resolvi questionar, mas dizem que a primeira aula de equitação é aprender a cair do cavalo. Mas a gente não aprende a cair na vida.

Tem aqueles cuja vida já dá tanta porrada desde sempre que a pessoa nem consegue pensar: ela só reage, ela só sobrevive. Viver, para ela, é exatamente isso. É matar um leão por mim, vender o almoço para comprar a janta. Eles não entendem as nossas questões, porque somos apenas criaturas mimadas e sem limites.

Eu sou mimada. Minha vida foi fácil. Eu sou estável. E tenho muitas e muitas angústias.

Nesse momento, estou tendo um burnout foda. Eu queria tirar fucking férias da minha vida por uma semana, só pra respirar. Mas não posso. Eu só posso resistir e tentar ficar de pé.

Tudo está nas minhas costas. Tudo. E eu não consigo mais carregar. Eu não suporto mais. Eu tô quebrada, eu tô arrasada, eu me sinto só, mas não quero ver mais ninguém, porque eu não tenho energia para lidar com mais nada. Eu quero morrer, eu quero me explodir, porque eu sei que se eu morrer o mundo vai continuar e o que eu faço ou vai deixar de ser feito, ou vai ser feito por outra pessoa. 

Mas faz sentido querer acabar com a própria vida só porque você não aguenta lidar mais com tarefas que você pode delegar? Faz?

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